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15 Dicas: Ideias para Escrever Livros e Criar Histórias

Como ter ideias para escrever livros, ou mesmo para criar sua primeira história? Essa é uma pergunta bem simples que algumas pessoas já me fizeram. Apesar da aparente simplicidade, a pergunta é justa pois ideias para um livro não podem ser encontradas em qualquer esquina…

Ou será que podem?

Extrator de Ideias para criar histórias

É muito comum que pessoas que trabalham com a criatividade fiquem dias (às vezes meses) esperando a “Musa da Inspiração” fazer sua bondosa visita para somente então começarem a escrever (ou a pintar, desenhar, etc). E mesmo conhecendo a famosa Jornada do Herói às vezes parece que a coisa não anda.

Leia também: como sair do bloqueio criativo para escrever!

Acontece que, se você quer ser um escritor profissional, precisa entender que nem sempre vamos poder nos dar ao luxo de esperar a ideia perfeita surgir magicamente durante uma bucólica viagem inspiradora.

“Ah, Lyan… Mas eu só consigo escrever quando vem aquela ideia fascinante!”

Eu te entendo, e já fui assim. O problema é que a ideia “perfeita” nunca surge pronta, e ficar aguardando fará com que você sinta frustração profissional antes mesmo de começar. Pode ter certeza de que a maioria esmagadora de histórias incríveis que você leu (ou assistiu) não vieram à mente do autor num piscar de olhos, nem nasceu facilmente.

Ela teve que ser lapidada… Espremida… Exorcizada… Arrancada dolorosamente!

Ok, acho que você me entendeu.

Neste artigo vou dar algumas dicas de técnicas que uso para ter ideias para minhas histórias (ou para incrementar um livro que ficou engavetado por estagnação da criatividade).

Talvez depois disso você tenha uma enxurrada de novas ideias para escrever seus livros e precise administrar o que fazer primeiro. Mas isso é assunto para depois (sério, fique de olho no fim deste post porque a última dica é crucial para seguir em frente em sua escrita e reunir as várias ideias que você terá de uma maneira lógica e consciente).

Como ter ideias para escrever livros?

A boa notícia é que não precisamos esperar que a Musa nos presenteie com novas ideias para escrever um livro durante um lapso psicodélico. Podemos nós mesmos ir atrás delas (das ideias, não das musas!).

Aliás, é bom ir se acostumando com isso: torne-se desde já um “Escritor Caçador de Ideias”.

Prepare seu kit-detetive…

Brincadeira! Você não precisa ter o violino do Sherlock Holmes, nem charutos ou bússolas.

Tudo o que você vai precisar é de seu lindo caderno de notas!

Este da foto é um fichário que você pode encomendar neste link… É lindo demais, não sei lidar com tanto charme ❤

Agora chega de enrolação. Vamos conhecer as 15 técnicas para provocar sua criatividade e ter ideias para escrever seus livros (ou artigos, ou para fazer sua ilustração… A maioria das técnicas valem para qualquer trabalho criativo).

1 – Escreva seu livro… Em outro lugar!

Sim, a primeira dica para que você saia do bloqueio de escritor e tenha novas ideias para criar sua história é sair do lugar onde você costuma trabalhar. Seja sua escrivaninha, escritório, ou até mesmo sua cama, a dica aqui é mudar de ares. Fugir da mesmice, pois manter-se sempre num único lugar pode transformar seu cérebro num pedregulho limboso.

Às vezes o simples fato de ir para outro cômodo ajuda (de preferência um lugar limpo e organizado, pois o exterior reflete no interior). Mas se você tiver como sair da casa (ou do escritório), essa dica vai se potencializar ainda mais. Vá até um restaurante, cafeteria, praça, ou qualquer lugar diferente do comum (e que seja seguro).

Ao mudar o lugar onde costumamos trabalhar quebramos um padrão de nossa mente, e às vezes essa quebra é o que necessitamos para que o fluxo de ideias retorne.

Pode parecer algo muito simplório, mas mudar de ares tem de fato uma influência enorme em nosso fluxo criativo, e isso pode te ajudar a ter ideias para seu livro.

“Muito lindo na teoria, Lyan… Mas não importa o local em que esteja, eu só vou olhar para a tela do meu computador, mesmo… Então de que adianta mudar de ares?”

Pois é, algumas pessoas pensam que essa dica é inútil. Bem, é verdade que durante o processo de escrita nós não olhamos em volta. Mas esse movimento de sair do lugar padrão e locomover-se mexe com seu subconsciente, e isso interfere diretamente em sua produtividade. Apenas o fato de estar em um ambiente diferente faz o limbo da criatividade se dissipar um pouco.

Quando você sai do comum (principalmente para fora de casa ou do escritório) seus níveis de endorfina (e outros hormônios da “felicidade”) aumentam consideravelmente. Com isso você está biologicamente mais preparado para deixar as ideias fluirem.

Ah, e caso você tenha receio de sair por aí com seu notebook, dê uma espiada na segunda dica!

2 – Use papel e caneta!

Uma das dicas para sair do bloqueio criativo e ter novas ideias para seu livro é a volta às raízes. Sim, usar papel e caneta (ou lápis) para escrever.

Quando nos colocamos a fazer uma atividade mais artesanal, como escrever/desenhar da forma antiga, ativamos regiões diferentes de nosso cérebro. Isso entra quase como um complemento da dica anterior pois, ao fazer a mesma tarefa de uma forma diferente, arejamos as ideias e permitimos que a criatividade circule mais livremente.

E por falar em votlar as raízes, esse fichário retrô lindo tem páginas sem linhas com aparência de envelhecidas ? A ausência de linhas tira nossas limitações, permitindo que a imaginação corra solta!

Faça esse teste. Pegue um caderno e uma caneta e comece a escrever. Ah! E não fique paranoico com correções ou coisa do tipo. Rasure à vontade, erre o quanto quiser. A intenção aqui é jogar ideias no papel.

É hora de ser escritor, e não revisor, certo? Uma coisa de cada vez. Permita-se errar sem medo (afinal, só você vai ler aquele garrancho, mesmo!).

3 – Assista e leia: pegue cenas isoladas

Ninguém aqui duvida que bons escritores são, antes de tudo, bons leitores. Mas a dica aqui é ligeiramente diferente.

Quando estiver buscando novas ideias para escrever seu livro, experimente pegar uma cena qualquer do meio da história. Será ainda melhor se for algo que você nunca assistiu ou leu. Mas veja apenas uma cena e pare, não tente descobrir o que aconteceu antes, nem o que virá em seguida.

“Ok, agora essa Lyan ficou doida de vez!”

Sim, eu sei que parece estranho a princípio. Mas veja só: quando nos deparamos com uma cena aleatória de algo que não entendemos (principalmente se já estiver no meio da história) nossa imaginação vai começar a se perguntar como as coisas chegaram naquele ponto. Ou seja, como aquele personagem chegou naquela situação, para falar ou fazer aquilo. Quem são as pessoas envolvidas? Por que estão nesse lugar, fazendo isso? O que será que vai acontecer depois?

E aí é que está o segredo: não assista mais do que uma cena. A ideia não é você descobrir as respostas assistindo/lendo. O “pulo do gato”, ou seja, o segredo da coisa está em você desligar a TV (ou fechar o livro) e ter suas próprias ideias a partir daquela cena.

“Hum, acho que tô entendendo!”

Invente um início e um final, por mais mirabolante que seja, e vá fazendo uma listinha de possibilidades. Depois é só escolher as que se encaixam melhor e começar a escrever!

Lembre-se: uma cena não é um capítulo todo. Basta ler uma página (ou assistir dois minutos de algo) que você já terá material para ferver sua mente. Se a cena que pegou era chata demais, pule para a próxima.

Cuidado apenas para não copiar as ideias e cometer o erro do plágio. O que você quer é apenas uma faísca provocante para desenvolver a sua própria ideia!

4 – Leia de Tudo!

Não basta apenas um escritor ler muito sobre seu tema favorito. Para que sua mente se abra você precisa ler tudo o que aparecer em sua frente.

Por exemplo… Não é só porque você escreve livros românticos que vai rejeitar os livros/filmes policiais. Não é só porque você ama fantasia que vai deixar de lado um drama histórico baseado em fatos. Não é só porque é ateu que não vai dar uma espiada na Bíblia. Afinal, é muito importante que você conheça gêneros fora de seu espectro de escrita para ampliar seu alcance argumentativo.

Os escritores profissionais precisam ter a flexibilidade de ler e compreender um pouco de tudo. Mesmo que você nunca na vida vá escrever um suspense, conhecer os elementos deste tipo de história enriquece seu repertório e também seu vocabulário. Eu, por exemplo, não sei (ainda) escrever livros no gênero policial (crime, investigação, detetive, etc). Mas eu amo assistir e ler coisas do tipo porque isso me tira do padrão que me acostumei a escrever (que é o romântico, erótico e também fantasia).

E essa dica de ler tudo tem um “subitem” importante que muitas pessoas ignoram ou negligenciam (o que dá quase na mesma): ler jornais e revistas populares.

Sim, exatamente aquelas revistas bregas que ficam pegando poeira nos salões de cabeleireiros e salas de espera do dentista. Pegue a dita cuja da revista e leia as matérias, mesmo que seja algo de quinze anos atrás. O que importa para você, Caçador de Ideias, não é a notícia em si.

O que você busca é provocar sua mente!

Quando lemos notícias em jornais ou vemos uma matéria numa revista de fofocas (ou até as científicas e de negócios) entramos em contato com um lado da humanidade que muitos de nós deixou adormecer por causa da tecnologia.

Além disso, estar antenado às notícias faz com que muitas problematizações sociais pulem diante de nós, e quando você menos esperar uma dessas questões virá para você na forma de um personagem problemático (e acredite: os personagens problemáticos são os mais cativantes).

Lembre-se disso: você precisa provocar sua mente. Fazer seu cérebro se perguntar “Quando? Como? Onde? Quem? Por quê?” pois, quando essas perguntas são feitas, sua criatividade fica aberta para criar soluções mirabolantes e absurdas. E isso é perfeito!

Não tenha medo de ter uma ideia absurda, já que seu texto vai ser editado depois. O que você precisa agora é de ideias para escrever seu livro, não importa o quão estranhas pareçam.

Enfim: não fuja de nenhum tipo de leitura. Deixe o preconceito de lado (por favor!), pois ao escancarar seu cérebro muita coisa legal pode vir.

E aquilo que não prestar para você… Apenas deixe pra lá, ora bolas!

5 – Pesquise e Mergulhe

Enquanto na dica anterior eu falava sobre ler coisas diferentes de seu gênero, dessa vez a dica é se aprofundar no tema que você quer falar.

E, caso você ainda não saiba qual tema quer abordar em seu livro, comece pelo gênero. Se você quer escrever um drama, que tal pesquisar sobre alguma história real que tenha visto recentemente? Caso queira escrever ficção científica, pesquise sobre novas descobertas, ou sobre vidas em outros planetas, e assim por diante.

A ideia é você fazer estudos aleatórios sobre temas que lhe interessam até que algo lhe chame a atenção. Todas as pequenas ideias que você for tendo, mesmo que pareçam bobas, anote em seu caderno. Não importa que essa ideia seja apenas uma pequena cena, ou uma fala de um personagem que ainda nem existe… Anote tudo! Lembre-se que o que você está fazendo é basicamente uma “tempestade de ideias”, e nada precisa estar perfeito neste momento.

Ao fazer pesquisas sobre assuntos de seu interesse seu cérebro começa a fazer associações inconscientes. Ao estudar sobre um tema e outro as informações vão ficando armazenadas e poderão até ser combinadas depois.

Quando estudamos o que amamos, nossa imaginação corre mais solta. Então, não bloqueie nenhum pensamento: mesmo que pareça uma ideia estranha e absurda, anote.

Caso você não tenha a menor ideia do que estudar, veja algumas dicas de pesquisas que podem ser feitas no “tio Google”, dividido por gênero cinematográfico:

  • Fantasia: idade média, história medieval, folclore brasileiro e mitologias (nórdica, celta, grega, romana, asteca, chinesa, japonesa, hindu, eslava, etc), portais dimensionais, criaturas fantásticas, livros de RPG do tipo D&D, etc;
  • Ficção Científica: física quântica, buracos de minhoca, velocidade de dobra, controle da mente humana, microchips perigosos, descobertas científicas perigosas, vida em outros planetas, viagem espacial, etc;
  • Ação: direção defensiva, tipos de armas, artes marciais, prédios abandonados onde possa se esconder, táticas de perseguição, sobrevivência na selva (ou em qualquer lugar selvagem, como deserto)
  • Romântico: como conquistar, como reconquistar, como resolver uma discussão de casal, como eram casamentos no século XIV, culturas de casamento em outros países, etc;
  • Policial: como ser detetive, como descobrir um assassino, funcionamento da mente psicopata, descobrir pistas, evidências de um crime, quadros de evidências, etc;
  • Terror e Suspense: Assombrações, aparições, prédios abandonados, rituais sombrios, iniciações, Casas mal assombradas famosas, casos de loucura coletiva, teorias da conspiração, possessão, bruxaria sombria, feitiços sombrios, etc;
  • Drama: Histórias verídicas emocionantes, heróis do dia a dia, personagens da história do Brasil e do mundo, etc;
  • Outras pesquisas que podem inspirar: aquedutos e seu funcionamento, táticas de guerrilha, defesa antiaérea, história de outros países, patentes militares, hierarquias da realeza, evolução das espécies, reencarnações, fungos venenosos, árvore de teia de aranha, bastidores de bandas antes de shows, a vida real de superstars, etc;
  • Conceitos gerais: solidão, remorso, vingança, honestidade, traição, lealdade, fidelidade, renúncia, superação, amor, amizade, recomeço;

Se tiver ideias para incrementar essa lista, deixe nos comentários 😉

As dicas que você viu acima são genéricas pois trata-se apenas de sugestões para o caso de você não saber por onde começar suas pesquisas. A partir daí, é com você: fique curioso sobre tudo e vá se aprofundando nos estudos.

A Internet tem conteúdo interessante o bastante para muitas encarnações. Escolha uma linha de frente e mergulhe! Aproveite essa era da informação!

Mas, Lyan, como vou transformar um conceito tão teórico em ideia para minha história?”

Caso você esteja se perguntando isso, ficam aqui alguns exemplos de como até as pesquisas mais “frias” podem despertar algo:

  • Como ser detetive: ao pesquisar isso, sua mente poderá já ir criando a imagem de uma pessoa sentada atrás de uma mesa, em uma sala escura e abarrotada de papéis. É claro que a imagem que vem para você poderá ser diferente (afinal, somos pessoas únicas), mas o importante é você agarrar essa imagem e começar a fazer perguntas em volta dela. Quem é essa pessoa? Que tipo de detetive é? Ela/Ele/Elu vai resolver um caso de um desconhecido, ou vai se meter numa enrascada acidentalmente? E assim por diante;
  • Defesa antiaérea: Enquanto faz suas pesquisas sobre esse assunto, vai acabar se deparando com imagens que se formam em sua mente de diversos dispositivos possíveis. Agarre-se a essa imagem e se pergunte: qual é a ameaça aérea? Jatos armados? Ou talvez um bando de feiticeiros montados em suas vassouras? Lembre-se: não se feche para o absurdo nessa hora de tempestade mental. Apenas anote tudo, pois sua intenção é provocar a mente;
  • Casos de Loucura: enquanto você pesquisa diversos casos de loucura e suas causas na Internet, as imagens de um lugar ermo cheio de pessoas doentes vai surgindo. E não economize na imaginação: se é para serem loucas, que sejam loucas para valer. Talvez em sua história isso acabe nem sendo usado, mas o importante é provocar a imaginação com coisas fora de suas vivências do dia a dia. Coisas que extrapolam sua realidade. Depois que estiver tudo anotado você seleciona aquilo que acha mais legal, e vá fazendo perguntas a respeito (como nos dois exemplos acima);

Creio que, com esses três exemplos, você compreendeu o conceito. A técnica aqui é: pegar as imagens que se formam em sua mente enquanto estuda e fazer perguntas em volta daquilo, sempre lembrando de anotar suas observações mirabolantes.

Caso você tenha esquecido de levar seu fichário de notas, coloque tudo no celular. Mas lembre-se de reunir as ideias num só lugar depois!

6 – Crie um Banco de Imagens

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras, e quando o assunto é ter ideias para escrever um livro isso também é super válido. Como você notou na dica acima, sobre pesquisas, é a partir das imagens de nossa imaginação que as ideias começam a tomar forma.

Nosso cérebro é incrivelmente visual. De todas as coisas que estudamos, lemos ou ouvimos, as que ficam mais vívidas na memória são aquelas que tiveram algum tipo de criação visual (seja através da imaginação ou de fotos/vídeos). É por isso que livros didáticos com ilustrações são os melhores, e é por isso que documentários abusam de exemplos visuais (e eu estou fazendo o mesmo neste artigo, percebeu?).

Isso acontece porque nosso cérebro é provocado por imagens. Elas são captadas por nossos olhos e ganham um sentido quando entendemos aquilo. A mesma coisa acontece quando você lê um livro narrativo: apesar de seus olhos estarem diante de caracteres (as letras), a junção desses elementos formam palavras que invocam imagens em sua mente. É por isso que você ama tanto ler: porque você vive coisas e vê imagens provocadas por sua imaginação.

Essa dica sobre ter ideias para sua história através de um banco de imagens é de aplicação bem simples: basta sair pesquisando todo tipo de coisas no Google Imagens, ou mesmo no Pinterest. Particularmente, eu recomendo mais o Pinterest por um motivo bem simples: lá você é apresentado a imagens relacionadas ao que pesquisou, e isso faz com que uma ideia leve à outra.

Caso você ainda não tenha uma conta no Pinterest, faça hoje mesmo e navegue um pouco para testar. É grátis. Lá você pode criar pastas para as imagens, e recomendo separar por assunto. Assim, toda vez que quiser uma inspiração, basta dar uma passadinha lá e ficar navegando. Tem até aplicativo para celular do Pinterest.

“Legal, Lyan. Mas como faço para ter uma ideia a partir de simples imagens?”

Da mesma forma como foi explicado nas dicas anteriores, ao se deparar com uma imagem que lhe instigue, faça perguntas a respeito. Se é uma pessoa, pergunte-se quem é, de onde veio e para onde quer ir, por que está fazendo aquela expressão.

Se a imagem mostra uma situação ou cena, pergunte-se como as coisas chegaram a esse ponto e o que poderia acontecer depois. Busque por coisas fora da caixa, que gerem curiosidade.

Se não souber o que pesquisar, sugiro usar o termo “concept art” e ver as sugestões de imagens que aparecem (tanto no Google quanto no Pinterest).

Vá anotando tudo o que sua mente sugerir (até as perguntas sem resposta), e não despreze as ideias malucas. São essas ideias “doidas” que desentopem seu cérebro, permitindo que a criatividade flua mais facilmente. Se você tiver medo de ter uma ideia ridícula, as boas também se esconderão de você.

Lembre-se: APENAS VOCÊ VAI LER SEU CADERNO DE IDEIAS LOUCAS. COLOQUE LÁ O QUE VOCÊ QUISER!

Veja um exemplo de uma ideia que tive a partir de uma imagem:

Eis uma ideia que tive. Fique a vontade para usá-la, mas depois conta pra gente sobre seu livro nos comentários. ^_^

7 – Playlist musical

Ah, as músicas… Pode ser que você seja como eu: não goste de escrever com música. Pois é, eu não consigo escrever minhas histórias enquanto ouço música, pois eu me distraio demais (começo a viajar na maionese e paro de escrever).

Mas aqui não estamos falando do processo de escrita em si, mas sim de ter ideias para seu livro. Deixar seu caderninho cheio de inspirações mirabolantes.

Com o sucesso do cinema, que se consagrou no final do século XX e ganha força total neste século XXI, as trilhas sonoras vêm crescendo cada vez mais em importância. É simplesmente inimaginável assistir a um filme que não tenha músicas para embalar as cenas emocionantes, as cenas tensas, ou as cenas cômicas. Nós nos acostumamos a associar músicas específicas com cenas que combinem com elas. Isso acontece sem que você nem perceba.

A dica para ter ideias a partir de músicas consiste em você ficar com seu caderno de anotações em mãos e colocar no papel (ou no celular/computador) tudo o que vier à sua mente enquanto ouve aquela canção.

Pode ser uma música de uma banda que você ama, pode ser uma Trilha Sonora (Original Sound Track) de seu filme ou anime favorito… Enfim. O importante é que aquele som faça você “viajar na maionese” e, de preferência, anotar essa viagem doida.

Se é um rock pesado e lhe vier imagens de uma banda tocando, anote. Pergunte-se quem são eles, o que eles fazem nos bastidores, quais são seus maiores problemas e sonhos. Se é uma música divertida e leve e vier cenas de uma deliciosa tarde de verão, anote. Se for algo épico e as cenas de uma batalha surgir, pergunte-se pelo que estão lutando. Sempre pergunte-se a respeito de quem são essas pessoas, quais suas dores e anseios.

Tudo gira em torno de prestar atenção nas imagens que lhe vêm à mente e não bloquear nenhuma. Depois que as imagens estiverem anotadas faça as perguntas sobre as pessoas e situações.

Músicas têm o poder de despertar o que há de mais essencial em nós. Por isso, não despreze nada que vier.

Quer umas dicas de playlists no Spotify? Eu fiz algumas que ouço sempre, principalmente a “Epic Fantasy” e a “Sci-Fi”: ouça a playlist de Lyan K. Levian no Spotify.

8 – Podcasts de assuntos variados

Podcasts são uma maravilhosa realidade da atualidade. Ao ouvir qualquer um deles é quase certo que vamos mergulhar em um tipo de conversa inteligente com os mais variados assuntos.

Quando pesquisamos e vemos apenas assuntos relacionados ao nosso “mundinho fechado” pode ser que não tenhamos novas perspectivas para provocar nossa imaginação. É quase semelhante à dica para que você leia de tudo: o intuito aqui é sair um pouco da bolha.

Você pode procurar por podcasts no YouTube, no Spotify, ou mesmo nos aplicativos voltados a Podcasts. Navegue e se aventure em ouvir algo a respeito de um assunto que não faz parte de seu quotidiano.

Os podcasts têm a característica de serem conversas direcionadas a um assunto específico. Não se trata apenas de uma roda de amigos papeando aleatoriamente. Os podcasts são tematizados, ou seja, cada episódio trata de um propósito, e os participantes dão suas versões a respeito do que conhecem desses assuntos para tentarem, ao final, responderem a alguma pergunta ou chegarem a uma conclusão.

Isso é importante para vermos pontos de vista diferentes dos nossos, o que é de suma importância para escritores (senão todos os personagens ficarão homogêneos e sem graça).

“Mas onde eu acho estes podcasts, Lyan?”

Hoje em dia existem inúmeros sites e aplicativos para isso. Para começar, você pode buscar assuntos de seu interesse no Spotify, Youtube, ou até no app “Podcasts” (da Apple) e CastBox (para Android). Faça buscas com a palavra-chave de seu interesse + a palavra “podcast”. Um exemplo bem simples: “ufologia podcast“.

Procure hoje mesmo por um podcast inusitado e ouça (tenha seu caderno em mãos para anotações). É quase certo que algo irá instigá-lo, pois conversas inteligentes arejam nosso cérebro e provocam nossa criatividade.

9 – A dica do “E SE…”

Você já brincou com essa possibilidade do “e se”? Essa é uma dica muito importante sobre como ter ideias para escrever uma história. Vou me usar como exemplo:

Em meu livro “Anjo Negro” (link para o livro na Amazon), tive a primeira centelha de ideia baseada na seguinte pergunta: “E se um garoto gay e desinibido, no estilo Bad Boy, se deparasse com um colega de classe todo tímido, escondido num armário e com a autoconfiança lá em baixo?”.

Dessa pergunta surgiram Kenan e Lucio, dois garotos totalmente opostos, mas que teriam algum tipo de relacionamento ao longo da história.

Lucio, à esquerda, não se aceita como homossexual. Kenan, à direita, não só se aceita como se irrita com aqueles que se encolhem dentro de um armário (ilustração de minha autoria).

Capa do livro LGBT “Anjo Negro”, de Lyan K. Levian (leia aqui).

O que eu usei aqui foi um “e se” bem simples e clichê, mas isso gerou perguntas sobre quem eram esses garotos, e sobre como seria esse primeiro encontro. O resultado: houve faíscas entre eles, pois o jeito tímido de Lucio irritou profundamente Kenan, que deu um jeito de cutucá-lo ainda mais.

A técnica para criatividade do “e se” pode ser trabalhada de diversas maneiras, inclusive para incrementar uma ideia já pronta. Por exemplo: e se seu protagonista na verdade estiver errado sobre suas certezas? E se o vilão tiver razão? E se aquele personagem amigo estiver agindo por interesse?

E assim por diante.

Você também pode usar o “e se” para incrementar todas as ideias que você já anotou sobre as dicas anteriores: e se o detetive na verdade for o próprio criminoso que o cliente quer descobrir? E se aquele grupo de loucos no hospício na verdade forem um grupo de pessoas que descobriu uma verdade que o governo quer manter em segredo?

Percebe o que esse “e se” faz? Em palavras simples, a pergunta “e se” tem o poder de virar o jogo. Criar reviravoltas instigantes que fazem com que nossa criatividade exploda em possibilidades. Dá até vontade de colocar um monte de reviravoltas em uma história só, mas… Cuidado. Excesso de reviravoltas é cansativo e pode deixar sua história inconsistente.

Use este “e se” com moderação, sempre tendo em vista seu objetivo principal na história.

Ah, mais uma coisa… Anote tudo! Não vou cansar de te lembrar disso, pois tem MUITOS escritores que negligenciam anotações, superestimam a memória, e se arrependem amargamente depois (já fui uma dessas pessoas, confesso).

10 – Saia de sua toca: Observe!

Esta dica é um pouco parecida com a primeira, sobre escrever em outro lugar, mas tem uma diferença crucial: você não vai sair para escrever, e sim para observar.

Quando ficamos muito tempo em um lugar, ou mesmo indo do ponto A ao ponto B automaticamente, como robôs, fazemos um desserviço à nossa criatividade, pois é o mesmo que jogá-la num limbo sem cores e sem janelas.

Quando for sair (seja para o trabalho, ao mercado, ou mesmo uma volta a pé no quarteirão) observe atentamente as coisas à sua volta. Lembre-se que você é um Escritor Caçador de Ideias, e até mesmo o tombo de alguém de bicicleta pode lhe instigar se deixar sua imaginação brincar à vontade (não reprima ideias estranhas ou bobas, nunca!).

Desgrude os olhos da tela do celular e veja o mundo lá fora. É lá que as coisas acontecem de verdade!

Perceba as pessoas, como elas andam, como falam, o que falam. Seja apenas um observador sem julgar nada. Este não é hora de ser juiz, é hora de ser uma esponja de possibilidades. Até mesmo a rachadura de um muro pode contar uma história se você não for crítico demais com sua imaginação. Quem construiu aquele muro? Como a pessoa estava se sentindo quando o fez? Por que rachou? Como aconteceu? Irá desabar? Em quem?

É muito comum que artistas em geral vejam os lugares belos como os únicos que podem lhe dar inspiração. Geralmente negligenciam (e até desprezam) cidades cinzentas, com sua poluição e pessoas carrancudas. Acontece que mesmo esses lugares nos contam muita coisa (talvez até mais do que um jardim tranquilo e bem cuidado), pois é nesses lugares caóticos que vemos mais acontecimentos – sejam eles bons ou ruins.

Não seja esse cara… Mas conte sobre ele.

Seja uma esponja. Deixe as coisas entrarem sem julgamento. Quanto mais diferentes forem as pessoas ou as situações que observar, mais dinâmicas serão suas ideias. Se você se fechar em seu mundo, seus personagens acabarão por se tornar todos iguais e sem graça. E os personagens não devem ter a SUA voz. Eles devem ter vozes próprias.

E não se esqueça de levar algo para anotar suas observações! Pode até ser um gravador de voz, no celular, para que seja mais prático. O que não pode é deixar a ideia escorrer por entre seus dedos.

Anotar é essencial (veja os detalhes deste fichário vintage lindo)

11 – Repare nos problemas alheios

Essa dica é quase como um complemento da anterior, pois quando você sai para observar é bom que faça isso com um propósito: descobrir as dores das pessoas.

Quando falo em dor, não estou falando das dores superficiais como uma artrite ou enxaqueca (embora possa ser isso também). As dores a que me refiro são as grandes dores da vida. Aqui você pode encontrar interessantes temas para suas histórias.

Ouça conversas em praças e shoppings (mas seja discreto!), peste atenção nas reclamações das pessoas e tente entender o que as faz seguir dia após dia em suas vidas. Em outras palavras, quais são suas motivações apesar das dores? Ao notar isso você entra em contato com o mundo real. Pessoas de verdade com problemas que provavelmente muitos de seus leitores se identificam.

A partir disso você pode desenvolver a ideia para diversos caminhos. Afinal, a intenção aqui não é você fazer um livro que reproduza o mundo exatamente como ele é, e sim incrementar com seus próprios temperos para que tudo fique mais emocionante e intrigante para seus leitores.

Ah, mas eu escrevo só livros de fantasia… Não tem como o mundo real me inspirar”

Tem sim. Lembre-se que, apesar de você estar falando de um mundo de fantasia, talvez até com personagens de outras espécies, os sentimentos deles são humanos. Então, mesmo uma conversa de shopping pode inspirar uma história épica com dragões e elfos, pois estes personagens viverão dramas reais dentro de um mundo de fantasia.

Cena do filme “Eragon”, baseado no livro homônimo de Cristopher Paolini: apesar de Saphira ser um dragão, ela tinha sentimentos conhecidos por nós, humanos.

Todos esses dramas são encontrados em nosso mundo, só que protagonizados por seres humanos: Guerras entre espécies de dragões. Um elfo que é rejeitado pela família por querer trabalhar como ferreiro numa caverna de anões. Uma fada que deixou de acreditar em si mesma e por isso não consegue mais voar…

Entende onde quero chegar? Se você procurar em todos os livros de fantasia ou ficção científica encontrará personagens com problemas muito próximos dos nossos. É por isso que é tão importante sermos Escritores Caçadores de Ideias sensíveis às dores das pessoas.

Precisamos ser ouvintes pacientes (sempre anotando!), e isso nos leva à dica seguinte.

12 – Converse sem defender seu ego

Conversar com outras pessoas pode muitas vezes fazer com que nossas opiniões e valores sejam dolorosamente atingidos. Divergências nas maneiras de enxergar a justiça e o mundo podem causar feridas em nossos egos.

Mas, para você que está a caminho de ser um escritor profissional, estes diferentes pontos de vista são excelentes.

Somos Caçadores de Ideias e, como tais, precisamos sempre estar abertos ao que é diferente. Converse com pessoas sem medo de ter seu ponto de vista refutado. Inclusive, é melhor que você busque por pessoas com opiniões diferentes da sua para que saia da bolha onde tudo e todos concordam com você.

A ideia aqui não é de discutir com o colega, nem tentar convencê-lo de que você está certo. Pelo contrário, seja ouvinte. Não refute, apenas tente entender o porquê de Fulano pensar de tal maneira. Compreenda de onde vieram essas crenças e valores tão diferentes dos seus, e apenas escute, sem ficar rebatendo (a não ser que sejam com perguntas respeitosas – e desprovidas de vaidade – que mergulhem mais na questão).

O que você quer aqui não é defender seu ego nem seu orgulho. Sua intenção é pescar novos pontos de vista e absorver tudo para a lista de ideias. E o fato de ouvir calado não vai fazer com que você abandone seus valores. Seus valores estarão lá, quietinhos, guardados com você.

Muitas vezes a tentação de dar uma lição de moral será grande, mas ao fazer isso você perde, como escritor, uma bela oportunidade de beber de uma fonte para personagens diferenciados. Essa lição de moral poderá ser dada depois, através dos personagens de seu livro.

Recapitulando: conversar sobre assuntos que vão contra suas ideias e valores → Tente entender de onde vieram tais ideias (por que a pessoa pensa assim) → Perguntar detalhes para entender onde a pessoa quer chegar com isso → Anotar tudo depois.

Neste caso, uma ideia interessante é você gravar a conversa para que nada seja perdido (afinal, ficar escrevendo diante da pessoa vai ser chato e pode quebrar o ritmo da conversa). Você pode até pedir permissão para a gravação e dizer que está fazendo uma pesquisa para seu trabalho. Com isso, seu excesso de perguntas não vai ficar estranho, e a pessoa poderá até colaborar mais.

13 – Durma com um caderno ao lado

Não é surpresa para ninguém que nosso cérebro nos prega peças enquanto dormimos. Muitas vezes, nossos sonhos são tão bizarros que nem entendemos suas lógicas.

Sinceramente? Nem precisa entender. Se você é um verdadeiro Caçador de Ideias, essas maluquices não vão importar.

Mesmo que você sonhe que precisa se apresentar a um Tiranossauro Rex para as forças armadas, anote. Mesmo que sonhe que está fugindo de um grupo terrorista através de sucessivas gavetas de diferentes mundos, anote.

Poucas coisas têm o poder de viajar tanto na maionese quanto nossos sonhos. E para quem está buscando criatividade, isso é perfeito.

Quando sonhamos, as imagens que vêm à nossa mente são desprovidas de censura. A preocupação com a lógica não existe, e por isso sonhamos tantas coisas incríveis.

Sempre que se lembrar de seu sonho passe tudo para seu caderno. Não espere até o dia amanhecer, pois certamente esquecerá os detalhes. Anote no momento em que acordar, enquanto as lembranças ainda estão frescas, mesmo que isso signifique acender a luz em plena madrugada. O que não pode é deixar a oportunidade passar.

E mesmo que não se lembre de tudo, não há problema. Mesmo que você se recorde apenas de um único detalhe, anote. Com o tempo, este hábito poderá render frutos interessantes para seu banco de ideias para livros.

14 – Respire e Relaxe!

Diante de tantas “ferramentas para ter ideias” e tantas possibilidades no mundo afora, pode acontecer de você se sentir pressionado. Algo do tipo “Poxa, a Lyan passou todas essas dicas e mesmo assim não tive ideias? O que há de errado comigo?”.

Saiba que não há nada de errado com você. Essa coisa de observar e anotar ideias é uma questão de hábito, e pode ser que no início seja mais difícil. Grande parte disso é por conta de nossa cobrança interna para que tudo dê certo imediatamente. Não damos tempo ao tempo.

Também há pessoas que bloqueiam ideias que consideram absurdas (algo como “essa ideia é tão ridícula que nem merece ser anotada”) e por causa disso acabam impedindo também que outras melhores venham.

É por isso que insisti ao pedir que você anote absolutamente tudo, mesmo que isso signifique considerar aquela ideia estranha sobre crustáceos gigantes que se disfarçam de carruagens para capturar suas presas desavisadas.

Uma outra dica importante é você fazer uma autoanálise e tentar entender o motivo de ter dificuldades para permitir a chegada de ideias.

Muitas vezes um problema pessoal faz com que seja difícil criar. Nesse caso, é importante cuidar primeiro dessa questão antes de se forçar a ter novas ideias. Procure ajuda médica ou psicológica, se for o caso.

Mente sã e corpo são também fazem parte do profissionalismo de um escritor. O que não pode é continuar ignorando a si mesmo, achando que a escrita de um livro será sua salvação. Às vezes o ato de escrever até ajuda, mas é realmente importante que olhe para si mesmo. Cuide-se.

15 – Exercite-se (sim, você leu certo!)

“Aff, Lyan… Para com isso! Eu quero ter ideias para escrever! Não me venha com esse papo fitness! Aliás, detesto esse termo!”

É muito comum essa coisa de exercícios estarem estritamente relacionados com pessoas ligadas à academia, pessoas que estão de dieta, ou mesmo que estejam querendo levar uma vida mais saudável.

É claro que todos querem ter saúde (você não?). Mas sabia que os exercícios físicos também ajudam seu cérebro a ter ideias mais facilmente? É como se fosse uma desobstrução das vias criativas. Praticar exercícios saudáveis com frequência (e respeitando seus limites) é essencial para que suas ideias fluam com mais naturalidade.

E não precisa gastar dinheiro com academia nem com aparelhos caros. Basta reservar alguns minutos por dia (pode ser de 10 a 30 minutos) para se alongar e se movimentar em sua própria casa. Comece devagar, respeitando seu ritmo. Procure por vídeos e tutoriais de como se exercitar e faça isso com a ajuda de músicas animadas (é um detalhe simples, mas dá um gás incrível).

Quando você conseguir criar uma rotina diária (de preferência pela manhã, antes de seu banho) vai perceber que não apenas sua criatividade está mais límpida como também você terá noites de sono melhor, e provavelmente estará mais resistente, de maneira geral.

A ginástica (tanto a laboral quanto cardiovascular) ajuda a melhorar sua circulação, que faz com que seu cérebro fique mais oxigenado. Os exercícios também liberam a endorfina, que é responsável pelo bem-estar, e toda essa orquestra biológica auxilia sua criatividade.

Permita-se isso. Fará bem para sua mente, para seu corpo, e para seus livros (seus personagens agradecem).

… São muitas dicas, não é? Mas vá seguindo-as aos poucos. Não precisa ser tudo de uma vez.

Mas antes de falar sobre como conciliar todas essas novas ideias num processo lógico de escrita, quero passar algumas considerações importantes:

Considerações sobre ter ideias para histórias

  • Caderninho de Loucuras: Compre um caderno pequeno, tipo aquele que indiquei ao longo deste artigo. Além de bonito, ele tem um tamanho excelente para ser levado no bolso e ainda por cima é do tipo fichário. Ou seja: poderá sempre repor as folhas (veja sobre este fichário retrô neste link). Use a página de rosto (a primeira folha) para nomeá-lo de “Caderno de Loucuras”. O motivo deste título é simples: ao dar tal nome ao seu caderno de ideias você inconscientemente se permite ousar mais. Para seu subconsciente, colocar ideias absurdas em um “Caderno de Loucuras” é mais aceitável do que colocá-las num “Caderno de Ideias” ou “Caderno de Anotações”. É um truque para enganar seu cérebro e permitir que sua criatividade corra solta. Ah, e não se esqueça de anexar uma caneta em seu caderno de loucuras!

  • Amadurecimento: Após ter ideias para uma história (ou para várias) é normal que elas necessitem de um período de amadurecimento para fazer sentido. Se você quiser organizar tudo numa ordem lógica para sua história, excelente. Mas é interessante deixar a ideia descansar uns dois dias para que depois você volta a elas e veja o que realmente deve entrar em seu livro. Lembre-se: menos é mais. O desenvolvimento dos personagens geralmente é mais importante do que a trama em si.

  • A Musa: Muitos escritores (e artistas em geral) acham que precisam esperar pela Musa da Inspiração para que a ideia perfeita apareça. Ficam vivendo dia após dia, acreditando que o momento “Eureka” eventualmente chegará. Acontece que, como escritor profissional (e Caçador de Ideias) você não pode se dar esse luxo. A tal “Eureka” acontece, mas é raro. Muitas vezes as boas ideias são combinações de coisas lógicas com as absurdas, ou até é uma velha ideia reformulada na base de muito esforço e pensamento árduo. Use as dicas que passei e pare de esperar. Torne-se um Caçador de Ideias, e deixe a preguiça de pensar para trás!

  • Faça o que te inspira: Apesar de várias das dicas falarem para você sair de sua zona de conforto, assistindo e lendo coisas diferentes do que está acostumado, ao colocar sua história em prática prefira assuntos de seu interesse. A dica de sair do padrão era para provocar sua mente e arejar as ideias. Porém, na hora de colocar a mão na massa, você precisa realmente gostar do que está fazendo. Caso contrário, você pode acabar escrevendo um livro sem alma;

  • Reúna suas anotações: Creio que já ficou claro que você deve anotar tudo para não correr o risco de esquecer. Mas, depois que fizer as anotações, lembre-se de juntá-las num só lugar para que não fiquem perdidas por aí (uma no celular, outra no bolso, outra no e-mail, etc). Você pode colocar as anotações num único arquivo com vários tópicos de ideias, ou criar uma pasta onde você reúne tudo (o que for melhor para você). Se possível, use o Google Drive para guardar suas coisas, pois assim sempre terá um backup seguro;

  • Apenas sementes: Esse seu “Caderno de Loucuras” é agora seu banco de ideias. Não importa que essa ou aquela ideia não foram usadas. O importante é que estão lá para você rever sempre que quiser, como num banco de ideias. São pequenas sementes que um dia poderão se tornar árvores (ou não). Depende apenas de nós e de nossa disciplina para desenvolvê-las.

Saber organizar as ideias é essencial

Depois de tantas dicas sobre como ter ideias, acho importante dizer que, para ser um escritor profissional, não basta reunir todas as ideias que teve e jogar tudo em sua narrativa.

Lembre-se: escrever um livro e desenvolver boas histórias exige um esforço em saber fazer uma ligação coerente entre as coisas. Saber criar emoção nas suas histórias e em seus personagens de uma forma consciente.

A grande verdade é que ter ideias para histórias é fácil frente ao desafio de escrever o livro propriamente dito. Por isso sugiro que você veja este vídeo do Lucas Arantes, onde ele fala sobre os 5 Pilares que um escritor precisa para saber transformar suas ideias em livros:

Clique na imagem acima para conhecer os 5 pilares do escritor 😉

Deixe abaixo seus comentários! 😉

Conheça também a lista sobre Livros sobre Como Escrever um Livro.

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Lyan K. Levian

Lyan K. Levian é contista e romancista de histórias homoafetivas e homoeróticas, principalmente com foco no público que se denomina "fujoshi" e "fudanshi" (fãs de yaoi/boys love). Conheça os trabalhos de Lyan: www.lyanklevian.com

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