A série polonesa 1983, que estreia agora na Netflix, segue uma linha que Quentin Tarantino usou muito bem em seu já clássico “Bastardos Inglórios”: retratar uma época que realmente aconteceu, mas com uma linha de realidade alternativa.
Assim como sabemos que a Segunda Guerra Mundial realmente existiu, mas toda a história contada naquele filme estrelado por Brad Pitt em 2010 não aconteceu – é apenas uma versão fantasiosa dos fatos – o mesmo pode se aplicar nesta série, a primeira produção original polonesa para o catálogo da Netflix.
É sabido que a Polônia foi um dos primeiros países a se separar do jugo da União Soviética, dando início a queda da Cortina de Ferro. O mote nesta série é: e se isso não tivesse acontecido?
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Portanto, a série Netflix 1983 fala sobre um atentado ocorrido na Polônia neste ano, que interrompeu o processo de separação entre a Polônia e a União Soviética, e que desencadeou uma mudança na História, impedindo a queda da Cortina de Ferro. Vinte anos se passam: em 2003, o país ainda está sob o comando comunista, a União Soviética ainda existe e a Cortina de Ferro mantém-se intacta.
Sob esse pano de fundo, temos a história de Kajetan, que é um simples estudante de direito que acaba descobrindo uma conspiração antiga para manter a opressão sobre a Polônia e o funcionamento do regime comunista no país. Ele conta com a ajuda de um investigador de polícia chamado Anatol, que está conformado com o regime e também desacreditado em sua vida pessoal e profissional. Juntos, eles precisam desvendar essa conspiração e ajudar a libertar a Polônia do regime autoritário.
Além disso, 1983 é uma ótima história de suspense, um thriller bem realizado. A série foi dirigida por quatro expoentes máximos do cinema polonês atual: Kasia Adamik, Olga Chajdas, Agnieszka Holland e Agnieszka Smoczyńska. Apesar de ter várias pessoas no comando, 1983 nunca perde o ritmo, o que comprova que essas cineastas estavam bem sintonizadas entre si – pois cada uma impõe seu estilo quando estão no comando, mas sem nunca perder de vista o resultado final, que é bastante coeso.
A série 1983, portanto, é uma distopia que imagina a Polônia como centro da política do planeta depois da tentativa frustrada, no respectivo ano que dá nome a essa obra, de retirar a União Soviética do comando do país. A história envolvendo a busca pela verdade por Kajetan e Anatol é frenética, feita como um filme de ação, que prende a atenção do começo ao fim. Um trabalho magnífico de roteiro e direção, sem dúvidas.
E essa é apenas a primeira temporada. A continuar nesse ritmo, 1983 pode ocupar um lugar de destaque nas produções da Netflix nos próximos anos, pois o assunto pode render muito, até mesmo em comparações com situações atuais e muito reais.
É um grande mérito das diretoras polonesas responsáveis pela produção, que nunca perdem de vista a qualidade e a fidelidade a essa visão distópica na hora de contar essa história, mesmo que seja uma falsa realidade, baseado no “e se”.
Para você que gostou desta série, recomendamos também as seguintes obras Netflix: Cam, The Sinner, Psychokinesis, Aniquilação e Extinção.
Antes de ver o trailer da série 1983, que tal checar estes livros? São relacionados à distopias (ou à História, no caso do último), e podem lhe interessar! 😉
Sinopse 1: O Partido é nobre e benevolente. Os cidadãos são prósperos e livres. Mas é tudo uma grande mentira.
Sinopse 2: Neste suspense sombrio de história alternativa, um estudante de direito ingênuo e um policial veterano descobrem uma conspiração que tiranizou a Polônia por décadas.
Ano de lançamento: 2018;