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Apesar de ser uma das mais inventivas séries da Netflix, Altered Carbon sofre de um problema inescapável: o uso excessivo de clichês de gênero.

Essa produção original Netflix é baseada em um livro bastante conhecido, escrito por Richard K. Morgan, e tinha altas expectativas para o seu lançamento. Logo no período de divulgação, foi dedicado à série um espaço bem generoso na Comic Con aqui do Brasil, em 2017. Ao assistir os episódios, porém, fica evidente as fontes da qual a história bebeu, bem como as suas falhas.

Não que isso estrague a diversão, mas fica impossível não notar.

Cores, sujeira e filosofia de Altered Carbon Netflix

O futuro apresentado nesta primeira temporada de Altered Carbon traz uma dualidade interessante: ao mesmo tempo em que se mostra altamente colorido, tem também um aspecto sujo e degradado.

Essa estética, bastante inspirada em Blade Runner, é bem convidativa e muito bem realizada pela equipe de efeitos visuais. Entretanto, passado o deslumbre, percebemos que já vimos isso antes. Esse é o primeiro problema da produção: a falta de inovação. Pegar referências visuais é ótimo e todo mundo faz, mas praticamente copiar elementos de vários filmes sci-fi, aí já é demais.

Entretanto, Altered Carbon marca um golaço em seu tema: sai a problemática da tecnologia superando o homem, entram os questionamentos referentes ao que é o ser humano em sua essência, e se a imortalidade faz parte do destino de nossa raça. Toda a evolução tecnológica batida que citamos no parágrafo anterior serve a apenas um propósito: ambientar uma discussão filosófica.

E como isso se dá? É simples: no futuro mostrado na série, podemos nos perpetuar guardando a nossa consciência de forma artificial. Ou seja: o corpo pode morrer, mas a mente se torna eterna.

Uma discussão imprevisível

Mas a inovação da série Netflix Altered Carbon acaba aí. O restante acaba se tornando uma confusão, muito por falta de maiores explicações para quem assiste.

É uma regra básica: não precisa entregar todos os pontos, mas dar um norte apenas para contextualizar é bem importante. E é isso que essa produção não faz: muitos dos acontecimentos que precisam de uma melhor explicação são simplesmente jogados na tela, como se nos fosse possível adivinhar.

E olha que Altered Carbon tem atores de calibre. Joel Kinnaman faz muito bem o papel do investigador “ressuscitado” que precisa descobrir o assassino de um milionário, a mando do próprio morto.

Espera. Não entendeu muito bem o último parágrafo? Pois é. A falta de contextualização dá nisso, e é justamente o segundo – e maior – problema de Altered Carbon.

Por mais criativo que o design da produção seja, e tenha fotografia e trilha sonora impecáveis, o seriado deixa a desejar no que ele deveria ser mais atento: seu roteiro. As informações esparsas e uma quase completa falta de informações para entender o mínimo do que está acontecendo não conseguem salvá-la.

Os plot twists são bem interessantes e inventivos, mas para quem não consegue acompanhar a história, fica difícil entender (a não ser que tenha a paciência de assistir uma segunda vez).

Em suma, Altered Carbon peca por exigir demais dos espectadores. É claro que ninguém quer uma série toda mastigada, com as informações sendo ditas ao mesmo tempo em que surgem na tela, como num filme de Christopher Nolan. Mas o equilíbrio entre mostrar e não mostrar é essencial, e isso falta aqui.

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Trailer e informações da série Netflix Altered Carbon

Sinopse 1: Em um futuro onde ricos são imortais e pobres são dispensáveis, um rebelde ressuscitado recebe uma perigosa missão.

Sinopse 2: Após 250 anos no gelo, ele retorna em um novo corpo com uma missão: solucionar um complexo mistério e conquistar sua liberdade.

Idioma: dublado (com opção de áudio original em inglês, e legendas em português);

Total de episódios (na data deste post): 1 temporada com 10 episódios de aproximadamente 50 minutos cada;

Classificação etária: 18 anos;

Ano de lançamento: 2018;

Gênero: Suspense, Mistério, Ficção-científica;