Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é um filme complicado. É possível chegar a essa conclusão não por causa de sua história, mas sim por conta de suas falhas, que acabam sendo muito superiores às suas qualidades.
Uma legião de fãs de Harry Potter estarão à postos no dia da estreia do filme, por amor a essa saga mágica – em todos os sentidos. O que todos esperam é uma diversão de duas horas que os leve de volta para a mística terra dos bruxos, que tanto fez sucesso na primeira década deste século.
Nesse sentido, o filme é vitorioso. A qualidade técnica de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é inegável, tendo vários atrativos. Entretanto, qualquer pessoa que preste um pouco de atenção no que está sendo contado percebe que todo esse esmero da produção esconde um filme vazio de significado.
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A decisão de Rowling de fazer mais quatro filmes impôs uma dúvida: como esticar uma história que já era, por si só, bastante rasa? A solução foi usar essa segunda produção para “começar de novo”: não somos novamente apresentado aos personagens, pois há a certeza de que já sabemos quem eles são, mas o enredo parece girar em falso o tempo todo, tentando justificar tudo.
O filme tem um começo (arrebatador, por sinal), mas não tem meio e nem fim. Serve como ponte para os próximos – mas é uma ponte vazia e carente de alma.
As atuações, por sua vez, estão corretas. Johnny Depp consegue até desenvolver seu Grindelwald, mesmo que isso não signifique muita coisa – o ar de mistério que envolve o personagem impede que possamos conhecer todas as suas motivações (certamente, os produtores imaginaram que é melhor guardar essas informações para os próximos filmes). E por incrível que pareça, ele é o destaque. Todos os outros são mal delineados: apesar do longa ter duas horas, quase nenhum deles tem tempo de tela suficiente para construir uma atuação que explique quem são e para que vieram.
A ideia aqui é que que Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald sirva como ponte para tramas maiores que aparecerão nos próximos anos. Entretanto, essa ponte já nasce queimada, pois a história caminha em círculos, sem apresentar nada de relevante até seus minutos finais.
A revelação mostrada nos últimos minutos de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é impactante para os fãs da série, mas parece totalmente forçada. Não justifica ficar um par de horas no cinema apenas para isso. A impressão que passa é que um curta metragem foi esticado ao máximo, com elenco inchado, para se adaptar ao cinema e ao formato de longa.
É realmente uma pena, pois todo o resto varia entre excelente (figurinos, efeitos especiais, design de produção) a razoável (atuações).
Por fim, o novo filme da franquia Harry Potter, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, não cumpre a promessa de ser um dos grandes eventos cinematográficos do ano, com grande impacto cultural, como foi “Os Vingadores: Guerra Infinita”.
Certamente isso acontecerá entre o quarto e o quinto filme dessa saga – até lá, vamos ter que aguentar certa enrolação, mas que fará a alegria de quem ama entrar no mundo mágico criado por J. K. Rowling.
Para você que gosta de histórias de fantasia, recomendamos também a série Netflix O Mundo Sombrio de Sabrina.
Sinopse: Newt Scamander reencontra os queridos amigos Tina Goldstein, Queenie Goldstein e Jacob Kowalski. Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore, para enfrentar o terrível bruxo das trevas Gellert Grindelwald, que escapou da custódia da Macusa (Congresso Mágico dos EUA) e reúne seguidores, dividindo o mundo entre seres de magos sangue puro e seres não-mágicos.
Duração: 2h 13min;
Direção: David Yates;
Roteiro: J. K. Rowling;
Classificação etária: 12 anos;
Ano de lançamento: Novembro/2018;