O filme Netflix Aniquilação seria, inicialmente, lançado nos cinemas pela Paramount. Entretanto, a obra do diretor Alex Garland foi submetida a testes de público e os resultados assustaram a distribuidora: classificaram o filme como intelectual demais, intrincado demais e de difícil absorção do público.
A solução foi vender para a Netflix. Nós, enquanto espectadores, demos sorte.
As apostas aqui são imensamente mais altas do que antes. Com o sucesso de seu filme anterior, Garland resolveu adaptar o romance premiado de Jeff VanderMeer, repleto de horror visceral, idéias pesadas e histórias inusitadas. Apesar de sua base de fãs ser apaixonada, era considerado “infilmável”. Pois o diretor conseguiu imprimir sua visão dessa história, e o resultado é essa trama muito bem realizada, apesar de alguns defeitos de ritmo.
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É um pouco difícil falar desse filme sem dar alguns spoilers iniciais (mas garantimos que você pode continuar a leitura). Afinal, Aniquilação começa já sem se perder em explicações, dando a ação quase imediatamente.
Enfim… Lena, a personagem de Natalie Portman, é uma bióloga ex-militar que se considerava viúva, até que seu marido desaparecido resolve voltar. A questão é que ela acha tudo isso muito estranho e resolve investigar.
A trama fala sobre a tal Área X, onde o marido de Lena desapareceu e de onde retornou inesperadamente. Ela resolve ir atrás desse local para entender o que há por lá e se isso representa algum perigo para a humanidade. Nisso já é possível descobrir o tom do filme: é um mistério que cresce a cada cena, a ponto de se tornar quase sufocante (mas não de uma forma negativa). Nesse sentido, o filme é muito bom: prende a atenção, e a história sempre anda para a frente, sem se tornar redundante.
Essa jornada vai ficando cada vez mais aterradora. No fim das contas, os temas tratados em Aniquilação saltam aos olhos: a vida e a morte, a provável desimportância do ser humano na escala cósmica e o quanto somos frágeis.
O filme seria muito melhor se não houvessem problemas sérios em seu ritmo. Muitas vezes, as tomadas longas e paradas se tornam cansativas demais, chegando a dar sono. Por mais que a trama seja interessante e nos mantenha despertos, é um desafio manter-se atento o tempo todo.
O problema é que não funciona completamente. Se não fosse pelo enredo realmente interessante, mais o talento de Portman e do elenco de apoio estelar (Tessa Thompson, Oscar Isaac, Jennifer Jason Leigh, entre outros igualmente competentes) o filme seria chato, de doer.
Poderia ser um filme memorável, mas no fim das contas, é um filme bastante interessante, mas não tão marcante.
Se você gosta de ficção científica, recomendamos também Extinção, Durante a Tormenta, Osmosis, A Ordem, Nightflyers e Love Death and Robots.
Sinopse 1: Após perder o amor de sua vida, ela parte em busca de respostas. Mas nada pode prepará-la para o horror que a aguarda.
Sinopse 2: Depois que seu marido desaparece em uma missão secreta, a bióloga Lena embarca numa expedição a uma misteriosa região interditada pelo governo dos EUA.
Idioma: dublado (com opção de áudio original em português);
Duração: 1h 55min;
Classificação etária: 16 anos;
Ano de lançamento: 2018;