Interprete Me

O filme Netflix Árvore de Sangue, de produção espanhola, foi ao cinema no ano passado (2018), e deixou muitas pessoas confusas não apenas pela trama em si, quanto com suas próprias opiniões (assista aqui).

O diretor, Julio Medem, afirmou em entrevista que hoje em dia não é mais tão simples fazer um filme (referindo-se aos anos 90), e por isso se empenhou para que, em Árvore de Sangue, o resultado pudesse agradar um público mais atual.

Construindo uma árvore genealógica

Em Árvore de Sangue, os protagonistas Rebeca (Úrsula Corberó) e Marc (Álvaro Cervantes) estão com problemas em seu relacionamento, e fazem uma viagem à casa dos avós de Rebeca. Para que os desentendimentos entre eles cessem, um desafio é dado: escrever as histórias de suas famílias, para que juntos pudessem fazer certas descobertas.

Com isso, nós espectadores somos levados a uma viagem no tempo, onde conhecemos a origem dos protagonistas. A esta história vão surgindo uma série de personagens que vão se interligando de tal forma que poderá até nos deixar confusos na primeira metade do filme.

As intrincadas relações e traições vão mostrando a nós como Rebeca e Marc têm seus passados entrelaçados pelas decisões de seus pais (tais quais os ramos de uma árvore que, ao serem seguidos, acabam por chegar a uma mesma base). O personagem Olmo (Joaquín Alejandro Furriel), inclusive, é uma importante chave, visto que acaba sendo algo em comum no passado (e presente) de ambos.

Falar muito mais sobre estes detalhes seria cair, invariavelmente, em spoilers sobre o enredo do filme Netflix Árvore de Sangue.

Uma trama rocambolesca

O roteiro escrito por Julio Medem tem uma quantidade muito grande de detalhes. E não falo no bom sentido: é daqueles que você precisa quase fazer uma lista de nomes e colocar uma legenda na frente para se lembrar de quem é quem ao longo de Árvore de Sangue. Caso contrário, fica muito fácil se perder no início.

Isso porque os excesso de sub tramas foram condensadas. É bem semelhante ao que vemos em uma novela, em que há muitos personagens e diversas coisas acontecendo, porém quase resumidas para caber em duas horas.

A partir da metade do filme, quando já nos habituamos melhor aos personagens e aos seus significados na história de Rebeca e Marc, as coisas começam a se encaixar melhor. Mas até lá é preciso perseverança do espectador.

Essa confusão de Árvore de Sangue foi parte da intenção do diretor, visto que é para ser um suspense cheio de reviravoltas. O único problema foi errar um pouco na mão das intrigas novelescas (mas há quem goste deste filme exatamente por este motivo).

Apesar do que foi dito, Árvore de Sangue vale pela história que faz essas viagens entre o presente e o passado, onde os protagonistas acabam descobrindo certas coisas de formas não convencionais (afinal, estão contando uma história para redescobri-la), e acabamos mergulhando junto com eles nesta solução de uma árvore genealógica cheia de excessos e segredos.

Você também poderá se interessar por Love, Death and Robots, Durante a Tormenta, Sempre Bruxa, Boneca Russa, Black Earth Rising, Amigos da Faculdade e Sex Education.

Entenda também o que faz você mergulhar nas histórias fictícias que assiste: Suspensão da Descrença!

Trailer e informações do filme Netflix Árvore de Sangue

Sinopse: Um jovem casal desvenda segredos sombrios de seus ancestrais ao escrever a história em comum das famílias de ambos. E um dos dois precisa fazer uma confissão dolorosa.

Duração: 2h 10min;

Classificação etária: 16 anos;

Ano de lançamento: 2018;

Gênero: Drama, Suspense;