Longas e Curta-metragens

Close Netflix: Resenha do filme de ação entre herdeira e guarda-costa

Close, da Netflix, é um filme de ação que, se fosse feito há uns anos atrás, seria considerado raro. Seus personagens principais são mulheres, e para um longa desse gênero havia uma espécie de tabu (assista aqui).

Felizmente, isso foi quebrado e hoje temos mais filmes estrelados por elas botando para quebrar. Além disso, o longa Close também é dirigido por uma mulher. Desde o triunfo de “Mulher Maravilha” nas bilheterias do cinema, as mulheres têm ganho cada vez mais espaço atrás das câmeras. Não que elas já não ocupassem esse posto, mas estavam restritas pelo mainstream ao cinema de arte.

Felizmente, isso também mudou.

Entretanto, em Close nós temos um bom filme de ação, bem dirigido, mas que tem uma cara de produção feita diretamente para a TV. Ou, como era feito antigamente, seria um “filme para home-vídeo”. Ou seja: não passaria no cinema, era feito apenas para as locadoras e colecionadores de VHS ou DVD.

Isso pode contar a favor ou contra essa produção – depende mesmo de quem assiste.

Protetora linha-dura

Close tem como personagem principal uma guarda-costas chamada Sam. Ela é extremamente treinada e considerada uma das melhores no ramo. Ela tem especial atenção a táticas contra terrorismo, e por isso é muito requisitada no meio. Seu mais novo trabalho é cuidar de Zoe, uma garota que é uma herdeira milionária, um tanto quanto metida, e que não gosta muito de ter uma guarda-costas por perto. Entretanto, ela está sendo constantemente ameaçada, e por isso precisa de proteção.

 

 

As duas não se dão bem, existe uma rusga entre elas, mas a conveniência da relação acaba falando mais forte. Tudo muda completamente quando Zoe e Sam são sequestradas e precisam contar com os conhecimentos de tática e luta da guarda-costas para saírem dessa situação vivas.

Boa parte da força do filme Netflix Close está na atuação de Noomi Rapace. Ela, que é especialista em interpretar mulheres fortes e misteriosas (vide a versão original de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, “Onde está Segunda” e “Prometheus”), passa autoridade como Sam, a guarda-costas super treinada para sair de qualquer situação.

No início, ela tem poucas expressões, e sua relação com sua protegida é protocolar e profissional, mesmo detestando os modos esnobes de Zoe. Porém, com todos os perigos que acabam enfrentando juntas, elas vão se tornando próximas e isso é bem visualizado na interpretação de Noomi Rapace, que vai deixando a sisudez de lado e mostrando um lado mais, digamos, humano.

Sophie Nélisse, como a mimada milionária Zoe, também não faz feio. No início do longa ela chega a ser irritante com seu modo de falar e trejeitos de nova-rica, que incomodam o espectador e fazem até com que nós torçamos contra ela.

Assim como acontece com Sam/Rapace, conforme a trama de Close se desenrola, vamos percebendo uma humanização da personagem que fica bem clara na interpretação da atriz. Zoe vai se aproximando de Sam, e sua história vai ficando cada vez mais clara – e próxima – de quem assiste.

História quase real

Sam, a guarda-costas vista no longa Close, é baseada em uma mulher que existe de verdade. Jacquie Davis é uma especialista em proteção pessoal e é convocada sempre pelas mulheres mais poderosas do mundo, inclusive da realeza britânica. No filme, sua persona é a inspiração para criar uma mulher forte, que domina técnicas de luta e de contra-terrorismo como ninguém, mas que também tem um coração e se importa com as pessoas que protege.

É uma pena, portanto, que as cenas de ação em Close tenham muito a cara de filmes do tipo realizados nos anos 90. Por isso, talvez, é que o longa tenha uma cara datada, como se tivesse sido feito para uma TV por assinatura de anos atrás. As cenas do sequestro são uma exceção: coreografadas e dirigidas com maestria. Entretanto, no resto do filme elas pecam bastante. Um porém é a preparação física de Noomi Rapace, que se entrega ao papel e arrasa nas cenas de luta corporal. Mas é só.

Close vale a pena, mesmo com essas falhas, porque a história principal é chamativa e prende a atenção. Entretanto, no que diz respeito à técnica cinematográfica, o original Netflix fica um pouco a dever.

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Trailer e informações do filme Close Netflix

Sinopse: Quando a herdeira sob sua proteção entra na mira de assassinos de aluguel, a guarda-costas Sam faz de tudo para salvá-la – e ensiná-la a dar o troco na mesma moeda.

Ano de lançamento: 2019;

Gênero: Suspense, Ação;

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  • É muito contraditória essa critica quase toda voltada para o fato delas serem mulheres e com um olhar moderno em cima de filmes de ação masculinos do passado. Primeiro. Noomi carrega qualquer filme nas costas. É uma atriz excepcional. Segundo. Filme de ação dos anos 90 e 80 são datados, pois são menos exagerados que os atuais e mais baratos(nunca foi um gênero valorizado e vários astros deles vieram das locadoras de vídeos e não do cinema). Veja, são os filmes de 2000 para cá que extrapolam as leis da física o tempo todo e usam grandes orçamentos e cenas grandiosas. Mas esses mesmos filmes já tinham protagonistas mulheres ou no mínimo uma personagem feminina que também ia para o combate. Essa suposta conquista feminina é em cima de filmes baratos que não existem mais e de astros de filmes de ação que na maioria da vezes eram do time B de Hollywood(ou até C). Com relação as diretoras é a mesma coisa. Alguém impedia as mulheres de serem diretoras de filmes de baixo orçamento? Naturalmente nos de grande orçamento sempre chamavam os mas experientes, mas vários deles começaram com filmes B. Então a realidade é mais complexa do que "agora vou tomar o que me negaram". O mercado não funciona assim.

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