Dear Ex, longe de ser apenas mais um filme de temática LGBT, também é um grande drama que fala sobre as questões do luto, do amor verdadeiro e do afeto que falta em uma família disfuncional. O longa taiwanês é um grande achado no que diz respeito a técnica e roteiro, e tem boas atuações que o transformam, logo de cara, em um bom filme para se assistir no fim de noite – e não é preciso ser fã de filmes com temática LGBT para apreciá-lo (assista aqui).
O enredo é desenvolvido de forma lenta, o que nesse caso não é um demérito: ao contrário, o filme ganha muita força ao deixar com que nós, espectadores, possamos nos aproximar dessas pessoas que, cada uma a seu modo, estão quebradas por dentro.
Dear Ex trata da história de uma mulher comum, chamada Liu Sanlian (Ying-Xuan Hsieh), que vive em Taiwan com seu filho adolescente. Quando seu ex-marido morre, ela descobre que ele alterou o testamento, deixando tudo o que possuía para seu amante, Jay. Evidentemente, ela fica possessa e resolve enfrentar Jay para receber a parte que ela julga merecer da apólice de seguro do falecido. Entretanto, as coisas mudam quando o garoto resolve morar com Jay, o que a obriga a repensar a forma como trata tanto o amante do ex-marido quanto seu filho.
O filme, porém, é visto do ponto de vista do adolescente, e é ele quem possui o maior arco dramático da história. As mudanças que ele presencia não só em suas atitudes como também ao seu redor determinam o rumo que o filme toma até o seu frame final.
Por conta disso, Dear Ex ganha em dramaticidade, conforme vamos acompanhando a intrincada história dos três. Cada uma delas possui seus problemas, suas frustrações e medos, e isso vai sendo exposto aos poucos, sem pressa. Esse trabalho, quase de carpintaria dramática, é bastante competente para nos prender na história: apesar de lenta, ela nunca deixa de ser interessante. Isso só é possível com bons atores, e aqui nós os temos: os três principais dão um show de interpretação, sendo contidos e profundos na medida certa.
Dear Ex, portanto, é um c-dorama rotulado como LGBT, mas que não serve apenas a esse nicho. É um drama poderoso, que vale a pena ser visto porque traz problemas mais profundos do que aparenta de início.
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Sinopse: Um adolescente se vê em meio à disputa entre sua obstinada mãe e o amante beneficiário do seguro de vida de seu falecido pai.
Duração: 1h 39min;
Classificação etária: 14 anos;
Ano de lançamento: 2018;
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Boa critica, vou assistir valeu! :)