Você já se perguntou se deveria decorar os números dos arcanos maiores do Tarot?
Será que saber isso de cor isso é realmente necessário? O artigo de hoje é sobre isso.
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Viemos de um sistema de ensino onde o comum era decorar nomes, datas, e responder mecanicamente na hora da prova, visando uma nota positiva no fim do semestre. E isso ocorre até hoje.
Esse padrão de aprendizado criou em nós hábitos ruins, onde sequer entendíamos a matéria estudada. Nos recordamos de datas nas provas, mas anos depois elas são esquecidas, e o verdadeiro conteúdo histórico estudado acaba se perdendo.
Eu sei que parece que isso não tem nada a ver com o Tarot, mas calma que já chego lá.
Entender os processos históricos do mundo e do Brasil nos leva a compreender os motivos de estarmos como estamos. Pra compreender o presente, é preciso olhar para o passado. E para “prever o futuro” (entre muitas aspas), precisamos entender os movimentos que estão sendo feitos no agora.
Quando vamos ler o Tarot, embaralhamos as cartas e as sorteamos aleatoriamente. Então decorar os números dos arcanos maiores do Tarot pode, a princípio, não importar de fato. Principalmente se você começou os estudos do Tarot recentemente.
Porém, quanto mais vamos nos embrenhando nas histórias que as cartas de Tarot nos contam sobre nossas vidas, mais percebemos certos padrões. E falo aqui do padrão de uma história que tem início, meio e fim.
Saber, por exemplo, que a Temperança (arcano 14) vem depois da Morte (que é o Arcano 13), nos diz muito sobre a situação de um consulente.
Explico: nesse exemplo que dei, da Temperança, podemos ter a leitura de que esse momento de equilíbrio da pessoa (que é próprio do Arcano 14), veio depois de algum tipo de transformação (que é natural do arcano 13).
Essa sequência dos Arcanos Maiores do Tarot são, de fato, como uma pequena história, e todos nós nos encontramos em algum momento dessa história.
Somos como o Louco, arcano zero, que viaja ao longo de todas as cartas, tirando de cada uma sua lição primordial. E quando chegamos no último capítulo dessa história, que é o Mundo (arcano 21), o ciclo se reinicia, dando lugar a nova jornada e novos aprendizados.
Um outro exemplo, usando o tão temido arcano 16, a Torre: quando essa carta cai numa leitura de Tarot geralmente indica momentos em que coisas saem dos eixos, planos são alterados, ou qualquer coisa que desestabilize o consulente.
Ao decorar os números dos arcanos maiores do Tarot, sabendo a ordem numérica, o tarólogo sabe que logo após a Torre, na história dos arcanos maiores, vem o arcano 17, que é a estrela.
Com essa informação, podemos dar ao consulente uma luz, dizendo que o caminho segue, e que em breve momentos de esperança e novos caminhos irão surgir.
Da mesma forma, arcanos como o 15, que é o Diabo, podem mostrar que se as atitudes do consulente continuarem com vibrações baixas, as consequências podem ser destrutivas, já que depois do arcano 15 (o diabo), vem a Torre (que é o arcano 16).
Pode parecer estranho olhar para a vida das pessoas dessa forma, como se todos nós coubéssemos numa mesma linha narrativa. Mas como humanos falhos, somos previsíveis. E o caminho natural ao levarmos um tombo, é levantar. Como na sequência de Torre e Estrela.
Acontece algumas vezes que a pessoa passa da Torre de volta pro Diabo (ou seja, volta uma casa no jogo da vida). São aqueles que não aprendem com os erros, e precisam de novas provações dolorosas para alinharem suas atitudes. E esse jogo da vida, voltando ou avançando casas, segue pra todos nós.
A parte legal é que, como tarólogos, podemos entrever o caminho à frente ao decorar os números dos arcanos maiores do Tarot, que nada mais é que a ordem da jornada de evolução espiritual do Louco.
E quem é esse Louco? Somos todos nós…
O arcano zero somos todos nós, pois ele tem ainda muito a aprender. Ele começa ingênuo, mas animado com todas as coisas (a ponto de se distrair com borboletas e cair num precipício).
E à medida em que o Louco passa pelos outros arcanos, novas bagagens vão se somando e ele deixa de ser aquele ingênuo do início. Vem os momentos de sucesso, os momentos difíceis, os momentos de esperança, de introspecção… Até que o Louco finalmente compreende a totalidade do mundo em que vive, no arcano 21. E desse ponto segue novamente, abrindo espaço para outra história, pois a jornada de aprendizado do Louco (ou seja, a nossa jornada de aprendizado) não acaba.
E não estou falando de várias encarnações (embora isso também esteja incluso no conceito). Falo de pequenos projetos mesmo, que vivemos no dia a dia. Coisa simples. Cada ciclo do sol sobre nossas cabeças é uma oportunidade de viver novas Jornadas pelos arcanos do Tarot.
Por isso que você, estudante de tarologia, pode se beneficiar ao decorar os números dos arcanos maiores do Tarot. Não pela simples decoreba, que vemos na escola, mas pelo verdadeiro propósito de entender a sequência das energias que passam de um arcano a outro, como os exemplos que dei do arcano 13 e o 16.
Ah, e este é outro motivo pelo qual é interessante saber os números dos arcanos: frequentemente, em palestras de tarólogos, eles não falam o nome do arcano. Falam apenas “o arcano 7”, ou “o arcano 12”.
E quem ainda não tem intimidade com as relações numéricas e seus arcanos, pode ficar boiando… O que é bem chato.
E pra você compreender ainda mais as cartas de Tarot e suas evoluções de energia, recomendo conhecer o curso de Tarot terapêutico.
Obrigada por sua leitura! Se quiser ver este conteúdo em vídeo, assista abaixo: