Deep Netflix é um filme tailandês, país que tem incluído várias tramas para o catálogo mundial da plataforma. E, de todos os que entraram até agora, talvez este seja o que mais tem apelo para um público maior do que o de sua terra natal (assista aqui).
No entanto, Deep tem uma premissa batida e não é tão bem realizado quanto o trailer faz parecer.
Indice
A história gira em torno de experiências científicas sobre a privação do sono. Um grupo de estudantes de medicina se voluntaria para participar de um teste para extração de um hormônio produzido pelo corpo e que faz com que as pessoas fiquem mais acordadas e alertas, chamado “qratonin” – que seria o oposto da melatonina.
Esse ensaio médico é coordenado por uma empresa de remédios alemã chamada Weimar. O experimento consiste nos estudantes lutando para não dormir, mas que acabam tendo reações bastante esquisitas, e no fim acabam misturando o que é real e o que é alucinação.
Ou será que não? Será mesmo que todas as visões que eles têm são reais, ou fazem parte desse experimento bizarro?
Com isso, temos no filme Deep Netflix uma história que tenta se basear em questões científicas, mas acaba soando um tanto quanto ridículo. Começando pelos furos de roteiro: como chamam pessoas insones para fazer uma experiência de privação de sono? Soa contraproducente sob todos os aspectos.
Além disso, em uma tentativa de se aproximar do público internacional, o filme Deep tem diálogos em inglês que parecem forçadíssimos, sem qualquer conexão com o lugar onde a história se passa. É grotesco acompanhar o elenco se esforçando para passar a “internacionalidade” do enredo, que no final nunca pega pra valer, principalmente no arrastadíssimo sotaque do médico alemão, o que mais se aproxima de um vilão cartunesco.
Não dava para esperar algo diferente de um filme que tem inacreditáveis cinco diretores: Sita Likitvanichkul, Jetarin Ratanaserikiat, Apirak Samudkidpisan, Thanabodee Uawithya e Adirek Wattaleela são creditados, além de seis roteiristas: quatro dos diretores, e Kittitat Nokngam e Wisit Sasanatieng. Em geral, filmes com tantos comandos tendem a ter um resultado confuso e normalmente são ruins. Infelizmente, é o caso aqui.
A história de Deep se desenvolve de forma lenta, os personagens são desinteressantes e nem a premissa de ficção científica acaba agradando de verdade. Não há como o espectador se envolver com a história e nem se importar com os personagens, e isso é a morte para um filme que se propõe ser tão sério quanto Deep parece tentar. Lamentavelmente, é uma perda de tempo.
Se você está procurando coisas boas para assistir na Netflix e que fujam do cinemão norte-americano ou europeu, é triste ter que informar que Deep não é um bom exemplar.
O filme falha em todos os sentidos possíveis, não tem alma e nem coração, é completamente confuso e com atuações que beiram o catastrófico. Melhor procurar alguma outra coisa no catálogo (veja nossas sugestões) e deixar esse bem esquecido, já que não merece nada além disso.
É uma pena, mas é a pura verdade.
Lançamento Netflix: 16 de Julho de 2021;
Direção e roteiro: Sita Likitvanichkul, Jetarin Ratanaserikiat, Apirak Samudkidpisan, Thanabodee Uawithya, Adirek Wattaleela, Kittitat Nokngam e Wisit Sasanatieng;
Sinopse: Quatro estudantes de medicina que sofrem de insônia são atraídos para um experimento que sai do controle. Agora eles precisam escapar antes que seja tarde demais.
Duração: 1h 41min;
País de Origem: Tailândia;
Classificação etária: 16 anos;
Gênero: Ficção científica, Suspense.
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