Dynasty Warriors é um filme Netflix no estilo live action de ação que chegou ao catálogo, e que tem seu enredo adaptado a partir do popular jogo de videogame (assista aqui).
A adaptação feita em Hong Kong fez muito barulho por lá, mas aqui no Brasil não chegou a se tornar tão comentada. Não é para menos: o filme se leva a sério demais, soando cafona na maioria do tempo.
O diretor Roy Chow Hin Yeung tentou, neste filme, buscar o máximo de fidelidade ao jogo para criar suas cenas; no entanto, uma das regras básicas para uma adaptação cinematográfica: não trazer cenas literais de uma mídia para outra. Isso porque, em primeiro lugar, é preciso entender que o que funciona no videogame (ou nos livros, ou nas músicas) pode não funcionar bem no cinema. Em segundo lugar, é claro que haverá comparações, para o bem ou para o mal.
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Os heróis em Dynasty Warriors são como semideuses caminhando entre humanos com habilidades especiais. As lutas são muito bem coreografadas, assim como boa parte dos efeitos visuais na recriação de seus poderes.
Só que, ao copiar quase de forma literal o que se passa no videogame, o filme acaba pecando pela falta de originalidade. Parece que já vimos tudo aquilo antes – e certamente vimos mesmo.
O filme Netflix Dynasty Warriors também têm um sério problema para definir o seu tom. Em um determinado momento estamos em um épico de guerra, depois em um drama leve, e há até mesmo momentos de humor involuntário. É muito difícil definir o que é o filme, já que a cada cena ele parece enveredar por um gênero diferente. Sem dúvida, isso deixa o espectador confuso a respeito da história que está (tentando) assistir.
Dessas, a história de origem de Cao Cao (Wang Kai) acaba sendo a mais interessante, já que tem a atuação que mais rouba a cena do filme Dynasty Warriors.
O personagem é intrigante em seu idealismo, de quem tenta consertar o mundo à sua volta de sua maneira. É um trabalho intenso do ator, que chega a destoar do resto do elenco em muitos momentos.
Aliás, um dos defeitos mais visíveis do filme Netflix Dynasty Warriors é o seu elenco que parece perdido, sem uma direção firme sobre o tom dos personagens. São calcados em olhares e gestos que deveriam ser discretos, mas acabam se tornando repetitivos e, com isso, previsíveis. Uma pena, pois é possível perceber o talento de todos os envolvidos.
Tecnicamente, Dynasty Warriors é um filme que tem figurino e maquiagem sofríveis, que lembram muito os cosplays vistos em qualquer festival voltado à cultura oriental. Outra mancada da produção, que poderia ter se atentado nisso para criar um realismo maior.
Por causa disso e de outros pequenos defeitos, o filme não consegue atingir, nem de longe, suas intenções principais.
Pelo contrário: Dynasty Warriors Netflix acaba se tornando uma comédia, já que a seriedade excessiva, quase shakespeariana, de seus personagens faz com que tudo fique engraçado sem ser.
O filme termina sendo uma cópia carbono do jogo, que não consegue agradar nem aos fãs do original, nem trazer novos espectadores para essa história. A melhor forma de defini-lo é chamá-lo de bizarro, para dizer o mínimo.
Lançamento Netflix: 1º de Julho de 2021;
Direção e roteiro: Roy Hin Yeung Chow, Chi-long To, Guanzhong Luo;
Sinopse: Senhores da guerra, guerreiros e estadistas batalham pela supremacia neste conto de fantasia baseado nos jogos de sucesso e no Romance dos Três Reinos.
Duração: 2h;
País de Origem: Hong Kong, China, Japão;
Classificação etária: 16 anos;
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia.
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