Imagine o seguinte cenário: uma grande platéia vibra, gritando por seus times favoritos enquanto estes travam um duelo pela vitória. À espera do vencedor está um troféu e o prestígio do triunfo. E além disso, envolvendo todo este cenário está a voz de um narrador que dita tudo o que acontece em campo.
Soa familiar? Talvez estejamos falando de futebol ou de vôlei, não é?
Na verdade, não. É algo bem diferente. Trata-se sim de um esporte, mas a arena é virtual.
Estamos falando dos e-Sports, ou esportes eletrônicos. Não que seja algo apenas para quem não gosta de esportes convencionais, mas sem dúvida é uma ótima alternativa.
Creio que a maioria já sabe que hoje a indústria de games movimenta mais de 60 bilhões de dólares (valor maior que a indústria de filmes), pois são milhões de “hardcore gamers” por todo o mundo, e eles estão se multiplicando.
Além disso, já virou lugar comum ver competições e torneios por aí (nas lan houses perto de casa sempre tem alguma coisa com prêmios no fim do semestre). Mas o que muitos não sabem é que alguns destes torneios são transmitidos para um ávido público que está lá para ver seus times destruindo o adversário no campo virtual.
Uma das características que diferencia o e-Sport de uma simples competição é o fato de ter uma audiência pronta para apreciar o show, assim como nos esportes convencionais. Patrocinadores e investidores só estão lá porque sabem que vai ter um bom número de pessoas acompanhando.
Enquanto nos esportes convencionais os atletas treinam seus músculos e agilidade de movimentos, no esporte eletrônico os cyber atletas treinam a velocidade de pensamento e estratégias (e os dedos no mouse e no teclado… é insano… e incrível).
Mas nem todas as pessoas que jogam estes jogos são cyber atletas. Naturalmente, existem os jogadores casuais, os amadores, semi-profissionais e os profissionais. A diferença entre eles é gritante (é como comparar um Neymar – na falta de exemplo melhor – com o tiozinho perna de pau que joga só nos finais de semana). Eles jogam como meio de sustento, e não apenas para se divertir (apesar de também se divertirem). Chegam a treinar 8 horas por dia (para dizer o mínimo).
Se você está achando que o e-Sport é transmitido num telão em um estádio cheio de gente… você acertou.
Não chega a ser exatamente um estádio, mas são grandes estruturas com arquibancadas, e os jogadores ficam localizados num palco diante do telão (de costas para ele, cada um em sua máquina), e o público vibra ao ver seus movimentos na tela, sempre no embalo da voz do narrador, também conhecido como shoutcaster. Aliás, são estes os responsáveis por passar todos os detalhes e vibração do jogo para os telespectadores – o e-Sport não seria nada sem esses caras.
Abaixo, um exemplo de uma final de campeonato que aconteceu em 2012 (a Intel Extreme Masters) na cidade de São Paulo. Lembrando que este evento é sediado por vários países, não apenas o Brasil (caso queira pular diretamente para o jogo, vá para o minuto 0:08:50):
Além destes eventos grandiosos e glamourosos, existem também as competições, digamos, “remotas” (também oficiais), onde cada cyber atleta joga a partir de sua casa, e a transmissão e narração é feita via Streaming, ou seja, tanto os jogadores quanto narradores e telespectadores ficam conectados de seus lares (ou de seus trabalhos, com o Alt+Tab preparado) enquanto acompanham as partidas.
Esta é uma maneira mais informal, pois de certa maneira os shoutcasters têm mais liberdade para fazer as coisas à sua maneira.
Veja abaixo uma partida que aconteceu recentemente na liga Acer TeamStory Cup (caso queira pular diretamente para o jogo, vá para o minuto 0:14:45):
Observação: este campeonato da Acer Teamstory Cup ainda irá durar algumas semanas, então caso você esteja lendo este post próximo à data de publicação, poderá conseguir acompanhar. Para saber quando acontecerão os jogos (com narração em português), recomendo que curta a página PedrocaTV do shoutcaster brasileiro Pedro Beraldo. Sempre tem coisas legais rolando por lá.
Citando apenas alguns: League of Legends, Warcraft III, Counter Strike… Mas existem outros além destes, e novos podem surgir futuramente.
Os jogos mais comumente associados ao e-Sport são basicamente dos seguintes gêneros:
Para quem quiser, é só começar. Alguns jogos podem ter versões demo para que você faça um teste, e outros necessitam de uma licença paga. Mas todos eles tem algo em comum: a auto-superação, competitividade, e acima de tudo, a diversão.
Deixe seu comentário falando sobre quais jogos do mundo dos e-Sports você joga ou tem vontade de jogar. Agora que você já conhece e sabe do que se trata, pode escolher um favorito e fazer sua torcida!
Abaixo deixarei uma sequência de nove links para vídeos de uma “melhor de nove” que teve recentemente no Acer Teamstory Cup, caso tenha se interessado.
1. http://www.youtube.com/watch?v=A2BQYkdvuV8
2. http://www.youtube.com/watch?v=GgWw0cw718Q
3. http://www.youtube.com/watch?v=fZBP4TBy0IM
4. http://www.youtube.com/watch?v=iDgMIrdg9y0
5. http://www.youtube.com/watch?v=AssXlP2ghqM
6. http://www.youtube.com/watch?v=pgmvlh76L6A
7. http://www.youtube.com/watch?v=Cdz1ZRbSzxc
8. http://www.youtube.com/watch?v=nAEd4IiLJAA
9. http://www.youtube.com/watch?v=oqOAaQ4dkPg