O dorama chinês Filhos do Caos, que tem a sua primeira temporada liberada pela Netflix, traz um tema bastante em voga nos dias de hoje: o controle da sociedade em um futuro distópico.
Por isso, séries e filmes que têm como mote esse tipo de futuro tem sido cada vez mais visados. É capaz desses pesadelos se tornarem reais em pouquíssimo tempo.
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Filhos do Caos mostra diversas histórias dramáticas, todas interligadas pela tecnologia. Esse é um dos pontos principais, já que no dorama ela é praticamente a vilã (junto com a pressão social, que é uma das maiores críticas intrínsecas da série).
É um tema interessantíssimo por si só, mas o dorama é muito mais que isso.
Baseada em um aclamado livro de Wu Xiaole, essa produção não se resume a fazer uma crítica tecnológica no estilo de “Black Mirror”, por exemplo. A origem do drama é muito mais profundo, pois também traz em suas histórias as consequências da pressão social exercida sobre as pessoas. As constantes cobranças de que “você tem que ser X para merecer Y“, ou mesmo as exigências dos pais para que os adolescentes sejam alunos perfeitos como gratidão por terem um teto (ou por terem nascido).
Quem nunca sentiu, por parte de outras pessoas, a imposição de ser algo que não deseja? De trabalhar em um emprego que não gosta só para ganhar mais dinheiro ou ter mais prestígio? Esse tipo de opressão é mostrada como metáfora da nossa própria condição atual, aliada ao fato de estarmos praticamente reféns da tecnologia como um todo.
Filhos do Caos acerta em cheio ao mostrar isso sem filtros: mesmo se passando anos à frente, parece estar falando com cada um de nós agora.
Entenda melhor sobre o que Realmente é um dorama, e saiba algumas curiosidades. Caso goste de filmes e shows que brincam com a mente (tal como Filhos do Caos), recomendamos Derren Brown Miracle e também A Onda.
Outro ponto abordado de forma interessante na série é a disfuncionalidade familiar. Pais que oprimem seus filhos são constantes em Filhos do Caos – é dessa dinâmica que, provavelmente, saiu o título brasileiro dessa série. Famílias que não se comunicam ou não resolvem suas questões pendentes são mostradas com uma fotografia crua, pouco tratada, que dá a impressão de naturalidade à cenas onde o sofrimento impera e dá uma sensação de angústia tão forte que fica doloroso continuar (mas a série puxa tanto que é impossível não dar play no episódio seguinte).
Dessa forma, fica fácil entender a motivação dessa série asiática, toda falada em mandarim (o que não atrapalha em nada a experiência): quanto mais avançamos em tecnologia, mais conservadores (e reclusos) ficamos em nossos costumes.
Basta olhar à nossa volta para perceber que os criadores de Filhos do Caos têm toda a razão.
Depois de apontar os dedos e nos dizer o quanto estamos errando em nosso caminho, tanto na evolução tecnológica quanto em nosso curso na História da humanidade, Filhos do Caos Netflix deixa a sensação de que as coisas chegaram a um ponto onde dificilmente elas irão mudar.
E, no fim, além de deixar o gancho para uma nova temporada, deixa também a sensação amarga de que nós, enquanto sociedade, estamos fracassando retumbantemente.
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Sinopse 1: Reféns de boas notas. Tiranizados pelas atenções maternas. Sem vida própria, eles precisam manter o alto padrão.
Sinopse 2: Histórias insólitas trazem à tona as trágicas consequências da pressão social, opressão dos pais e desfuncionalidade familiar em um mundo dominado pela tecnologia.
Idioma: Mandarim com legendas em português;
Total de episódios (na data deste post): 1 temporada com 5 episódios de aproximadamente 1h 30min cada;
Classificação etária: 16 anos;
Ano de lançamento: 2018;
Gênero: Ficção científica, Drama;
O que você acha? Será que já estamos vivendo uma era perigosa onde a pressão social mexe com nossas mentes e causa cada vez mais suicídios? Você consegue se enxergar no lugar de alguns dos personagens da série Netflix, Filhos do Caos?
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