Godzilla: O Devorador de Planetas chega para o catálogo da Netflix para encerrar uma proposta ousada: retratar um dos maiores personagens criados no Japão em um formato tipicamente “local”: o anime.
No que diz respeito a técnica, os produtores alcançaram um nível realmente muito alto. Os três filmes (este é o último de uma trilogia) tem um design envolvente. O problema ficou mesmo restrito ao roteiro e à sua execução, que dividiu as opiniões de quem assistiu (veja a animação aqui).
Entretanto, para quem gosta de conversas profundas sobre a vida, a morte e o nosso lugar no cosmos, pode se interessar bem mais.
Indice
Neste terceiro filme, temos as mesmas falhas vistas nos longas anteriores (“Planeta dos Monstros” e “Cidade no Limiar da Batalha”). Entretanto, “O Devorador de Planetas” se sai melhor pelo simples fato de dar mais tempo de tela ao monstro que tem seu nome nos títulos. O Godzilla (cuja pronúncia no original japonês é “Godjíra”), mal aparece nas duas primeiras partes. Na terceira, ele fica na tela por um pouco mais de meia hora (considerando que o filme tem 90 minutos). É estranho tentar entender como que o protagonista da história quase não dá as caras, certo?
Pois então. Acontece que o foco aqui não é no monstro em si, mas nas consequências. Por ser um animal criado geneticamente, mesmo que por acidente, por conta dos testes com bombas nucleares, há uma intensa discussão sobre por que Godzilla dominou o planeta. Também, na pessoa do outro protagonista chamado Haruo, o filme questiona coisas mais ligadas à filosofia e à metafísica, como a vida e a morte, as consequências do desastre nuclear, e até mesmo religião.
Esse grupo quer invocá-lo para derrotar Godzilla, mas as consequências podem ser devastadoras. Entra em cena, então, o drama psicológico de Haruo, que precisa medir todos os lados para tomar a decisão de apoiar, ou não, a invocação de Ghidorah, já que ele pode destruir o planeta inteiro em sua guerra com o monstro.
Godzilla: O Devorador de Planetas não é um projeto fácil, pois também não facilita para o espectador. Por mais que o visual do anime seja arrebatador, os diálogos durante sua duração pode entediar os que gostam de ação em filmes de monstros, e não estão a fim de começar uma discussão sobre a perenidade da vida ou se há algo depois da morte. Não é isso que procuram em um filme como esse.
Por outro lado, muita gente pode se divertir com isso. É um filme claramente diferente do que os outros do mesmo ramo, e que trata seus personagens com mais profundidade do que qualquer outro do gênero. A jornada pode ser lenta, mas traz muitos questionamentos pertinentes à nossa atualidade.
Você também pode se interessar por Ingress The Animation, Hi Score Girl, LAST HOPE, Sirius The Jaeger, Rilakkuma e Kaoru, Hero Mask e Castlevania.
Entenda o efeito da Suspensão de Descrença, e saiba como isso afeta a forma como você assiste aos filmes e séries!
Sinopse 1: Ele quer derrotar Godzilla, mas enfrentar o grande monstro pode provocar o extermínio da humanidade e até do planeta.
Sinopse 2: Com o enfraquecimento da aliança com a Terra, Haruo considera se aliar aos Exifs, praticantes de um culto mortal que pode destruir o mundo.
Duração: 1h 30min;
Classificação etária: 12 anos;
Ano de lançamento: 2018;