Quem assiste ao trailer do anime Hero Mask não entende muito bem o que está acontecendo. Assim como é feito em diversos filmes, que apenas pegam trechos para atiçar a curiosidade, mas não contam nada da história, este anime chegou envolto de mistério ao catálogo da Netflix.
Com o lançamento de sua temporada completa, podemos entender do que ele fala. E devemos mesmo agradecer aos produtores dessa animação, porque manter o segredo certamente contribuiu para impactar quem assiste (veja aqui).
É mesmo uma pena que isso tenha acontecido aqui, dada a história com grande potencial a ser desenvolvida.
Quem vê o começo de Hero Mask jamais diria que ela poderia ser tachada de “lenta”. Isso porque o anime se inicia a todo vapor, já abrindo com um assassinato misterioso. Uma promotora chamada Monica Campbell foi morta de forma estranha, e agora é preciso investigar o que aconteceu.
Há de se louvar a animação como um todo. Hero Mask promove a mistura de efeitos visuais com o detalhamento que só os desenhos feitos à moda antiga, à mão, conseguem proporcionar. Portanto, se há um grande destaque no trabalho é seu visual. Todos os designs de cenários e dos personagens são muito bem feitos, tanto que chegam a encher os olhos. Por outro lado, essa beleza visual não consegue segurar uma história que possui furos e está claramente mal-amarrada.
Na ânsia de atirar para todo lado, misturando gêneros, o anime Hero Mask não sabe em qual direção seguir. E na dúvida, acaba optando por nenhuma. Isso causa, a partir do meio da temporada, uma espécie de pane geral: de repente as coisas se tornam repetitivas, tomando um novo fôlego quase nos últimos minutos do último episódio. Dessa forma, Hero Mask é uma maratona cansativa de percorrer, o que pode fazer muitas pessoas desistirem de finalizá-la.
Outro problema em Hero Mask é a tentativa de emular o cinema de ação atual. Filmes como a Trilogia Bourne (ou qualquer outra coisa que Paul Greengrass tenha feito nos últimos dez anos) servem de espelho para promover os cortes ágeis e edição frenética em Hero Mask.
Acontece que aquilo que funciona na tela do cinema acabou não funcionando aqui. Pelo contrário: ajudou a confundir ainda mais a cabeça do espectador, que já não estava conseguindo acompanhar direito os avanços da história.
A primeira temporada foi uma tentativa, bateu na trave, mas não conseguiu.
Para quem gosta de animes, recomendamos também Fruits Basket, Sirius The Jaeger, Kujira no Kora (Filhos das baleias), B: The Beginning, Ajin: Demi-Human, Kuromukuro, The Seven Deadly Sins (Os Sete Pecados Capitais), Lost Song, Forest of Piano e Last Hope. Também recomendamos, apesar de não ser um anime, a série O Príncipe Dragão, que tem uma história de fantasia envolvente.
Sinopse 1: Uma biotecnologia incrível. Uma corporação poderosa. Aliados se tornam inimigos. É preciso saber em quem confiar.
Sinopse 2: Após uma onda de mortes misteriosas, a promotora de Crown Sarah Sinclair e o agente do SEC James Blood descobrem uma conspiração envolvendo estranhas máscaras biológicas.
Total de episódios (na data deste post): 1 temporada com 15 episódios de 24 minutos cada;
Classificação etária: 14 anos;
Ano de lançamento: 2018;
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Eu achei o visual sensacional mesmo. Mas putz, o negócio chama Hero: MASK e da metade pra frente as máscaras somem. E concordo 100% com a falta de ritmo, fica muito confuso, os protagonistas nem sequer aparecem durante 90% de todo o último episódio, parece que eles não tem nada a ver com como tudo foi solucionado. Mas fica aí a curiosidade pra segunda temporada.