IO: O Último na Terra é o novo exemplar da Netflix que mostra um mundo pós apocalíptico, coisa que já vimos em The Silence e Bird Box, mas com um outro viés: agora, somos apresentados a uma Terra que já não possui habitantes, e duas pessoas que ficaram para trás precisam arrumar um jeito de sair do planeta (assista aqui).
O diretor Jonathan Helpert e os roteiristas Clay Jeter, Charles Spano e Will Basanta se esforçaram para trazer uma obra que nos causasse permanente insegurança. Tememos pela vida das duas pessoas que ficaram para trás e não conseguiram sair da Terra. O resultado é um filme empolgante enquanto se assiste, mas depois que termina é possível fazer paralelos com outros filmes do mesmo tema – e se consegue encontrar exemplares melhores.
Indice
IO: O Último na Terra fala de um futuro onde o planeta se tornou tóxico. Poucos lugares se mantiveram saudáveis, e eles estão sucumbindo e logo estarão contaminados também. Portanto, não sobrará um lugar que seja habitável. Por conta disso, a população da Terra fugiu, indo parar em Io, uma das luas de Júpiter.
Quem responde o chamado é Micah, que se une a ela em direção à nave que pode tirá-los do planeta. Ao mesmo tempo, Sam continua investigando a possibilidade dos humanos continuarem vivendo por aqui, e se divide entre ir embora e ficar para tentar salvar o planeta. IO: O Último na Terra, portanto, é um filme de sobrevivência, onde os dois precisam atravessar vários perigos (proporcionados pelo clima maluco que se instalou na Terra, fora a toxicidade de algumas regiões) para conseguirem chegar até o ponto de embarque. Considerando esse sentido, o longa é mesmo muito interessante. As cenas são bem arquitetadas pelo diretor Helpert, criando tensão e drama com competência nos momentos em que os dois personagens precisam enfrentar os perigos instalados por aqui.
O problema maior do filme Netflix IO: O Último na Terra é que ele não traz nada de novo. Os filmes com tema pós-apocalíptico tem sido um investimento maciço da Netflix, que além do já citado “Bird Box”, também lançou a série “The Rain“, “Extinção” e “The Cloverfield Paradox” (mas esse último a gente prefere esquecer), além de outras obras menores tanto em formato de cinema quanto em séries.
E IO: O Último na Terra não se difere em quase nada desses outros: com a Terra arrasada, as poucas pessoas que sobram lutam para sobreviver em um ambiente inóspito. Neste caso, a atmosfera lembra muito “Eu Sou a Lenda”, aquele filme protagonizado por Will Smith. Portanto, ver este filme é ver todos.
O que salva a produção é o trabalho dos dois atores principais. Eles dominam praticamente todo o tempo de tela e, para segurar um filme de quase uma hora e quarenta, é preciso ter talento e carisma. Margaret Qualley e Anthony Mackie estão excelentes em seus papéis, passando a urgência e o desespero de seus personagens com profundidade. Cada um tem seus motivos – tanto para ir embora quanto para ficar – e esse embate é que leva o filme Netflix IO: O Último na Terra para um nível superior aos demais.
É claro que não se pode esperar muito de um longa com temática tão batida. Mas IO diverte bastante, entretém o público com competência e ao final deixa um questionamento ambiental pertinente e muito atual, considerando os tempos em que vivemos.
Você também poderá se interessar por: The Silence, Durante a Tormenta, Osmosis, A Ordem, Nightflyers e Love Death and Robots.
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Sinopse: Enquanto uma jovem cientista busca uma forma de salvar a Terra em colapso, ela conhece um homem que tenta pegar a última nave decolando do planeta.
Duração: 1h 36min;
Classificação etária: 12 anos;
Ano de lançamento: 2019;