Até onde se sabe, Kuntilanak: Espelho do Mal é um dos poucos filmes de terror produzidos na Indonésia que chega ao público ocidental (assista aqui).
Através da Netflix, que comprou os direitos de distribuição desse longa, podemos ter acesso a esse que é um outro exemplar daquilo que normalmente se chama de “terror de atmosfera”.
Acontece que a Netflix tem tentado investir nesse gênero para conseguir captar os fãs do terror e do suspense (e também devido à proximidade do Halloween). Dá para notar, pelo número de títulos do tipo lançados nos últimos meses, que a plataforma de streaming tem tentado cativar essa audiência que, em geral, é muito fiel.
Só que, com produções de qualidade duvidosa fica muito difícil. É o caso desse longa indonésio, em que a tentativa de criar uma atmosfera assombrada e opressiva acaba sendo, em alguns momentos, uma comédia involuntária.
Indice
Em geral, a produção de Kuntilanak: Espelho do Mal não compromete, no que diz respeito a sua equipe técnica. A direção de arte, em especial, é muito bem criada e remete aos melhores clássicos do gênero do terror. São muitos detalhes para apreciar nos cenários que reproduzem uma mansão grandiosa, mesmo que ela não combine muito com a estética de sua fachada.
A fotografia também é muito interessante, investindo naquilo que os filmes de terror são especialistas: ambientes escuros, que fazem com que a nossa imaginação desperte para os monstros que podem se esconder nas sombras.
Tudo bem que é difícil fugir de algumas convenções de gênero, mas o filme eleva isso a enésima potência. Tanto é que podemos adivinhar tudo que irá acontecer com quinze minutos de filme. Não há surpresa, não há inventividade e nem criatividade para procurar soluções que possam, de fato, surpreender o espectador.
Boa parte dessa culpa também recai sobre o diretor, Rizal Mantovani. Em vez de parar e pensar sobre soluções para deixar Kuntilanak: Espelho do Mal menos ruim, ele acelera à toda em direção ao manual de “como criar um filme de terror fácil de adivinhar”.
Apesar de manipular bem a expectativa do público em relação ao elemento sobrenatural que dá origem à narrativa do longa, ele não inova em nada e suas escolhas na direção mostram que ele é bem limitado.
Em suma, Kuntilanak: Espelho do Mal sofre de um grave problema de originalidade. Apesar de pegar uma história que o público em geral não conhece (por se tratar de um folclore indonésio) o filme não se preocupa em trazer algum frescor para o gênero do terror, deixando tudo tão batido que não atrai nenhuma curiosidade.
Infelizmente, o longa é uma perda de tempo e de potencial, que carece de uma necessária originalidade.
Recomendamos também os filmes Animas, Bird Box, Apóstolo e as séries Diário de Horrores e A Maldição da Residência Hill.
Sinopse 1: O espírito maligno dentro do espelho persegue e rapta crianças. Mas uma família está decidida a não se separar, nunca!
Sinopse 2: Cinco crianças descobrem que o espelho encontrado no orfanato é habitado por um demônio
Idioma: indonésio, com legendas em português;
Duração: 1h 45min;
Classificação etária: 12 anos;
Ano de lançamento: 2018;