A série Netflix Manju conta uma história sobre esperança. Entretanto, para alcançá-la é preciso percorrer um longo caminho. A série, que chega agora ao catálogo da Netflix, provoca reações de repulsa ao mesmo tempo em que nos faz refletir. É a história de como uma pessoa pode projetar seus sonhos fracassados em outras, que só querem seguir com sua vida normalmente, trilhando seu próprio caminho (assista aqui).
Enquanto no livro os personagens têm um viés de loucura e até mesmo non-sense, aqui eles são mais realistas, além de focar realmente no drama comovente de dois rapazes que só querem seguir seus próprios destinos, sem depender de ninguém.
Manju conta a história de dois garotos que são criados desde pequenos pelo pai para se tornarem grandes jogadores de críquete. Esse esporte é bastante popular na Índia, onde a história se passa. Porém, os dois nunca desejaram seguir essa carreira. Só estão nela porque o pai – um sujeito autoritário, violento e agressivo – assim deseja. Temendo pela reação dele e também serem expulsos de sua casa já humilde, eles se submetem. A série, portanto, nos aproxima desses dois garotos para que possamos entender quais são os reais sonhos e anseios que eles têm para seus próprios futuros. Ao mesmo tempo, acompanhamos a jornada do pai, que se movimenta nos bastidores para conseguir fazer com que os garotos brilhem no esporte, à revelia deles próprios.
Já vimos essa história antes. E sabemos como ela costuma terminar.
Na série Manju, porém, há uma luz no fim do túnel. Ao receberem uma oferta de bolsa de esportes, os rapazes começam a vislumbrar uma saída desse tormento que vivem. É claro que isso não será fácil. Há diversos interesses envolvidos, e principalmente: a figura do pai, que sempre faz sombra às pretensões que qualquer um deles possa ter. Acompanhamos essa história com aflição, já que a cada pequena vitória que eles obtém há um mar de outros problemas para resolver. E eles também, nesse período, vão evoluindo como pessoas, amadurecendo e tornando suas almas mais livres – mesmo que ainda com as imposições que sofrem.
Manju é, portanto, uma história comovente que chega à Netflix para nos deixar apreensivos com os destinos desses dois garotos. Os atores que os interpretam (Yash Dholye e Mohammad Samad) atuam na medida certa ao mostrar a vulnerabilidade que eles têm diante da autoridade esmagadora do pai. Este, aliás, é um dos grandes pontos altos do seriado: o ator Rajesh Tailang entrega uma performance intensa e assustadora, como um homem que é capaz de tudo – até mesmo de sacrificar seus filhos – para atingir seus objetivos.
Tendo uma season finale de encher os olhos (de lágrimas), a série Netflix Manju é recomendado para quem gosta de melodrama pesado, que faz chorar de raiva, de emoção e de tristeza. Entretanto, mantendo sempre uma ponta de esperança, que no fim acaba brilhando mais forte, como deve ser.
Você pode gostar também das séries Você, Memórias de Alhambra, Baby, e também os filmes Quando os Anjos Dormem, Sementes Podres e Roma.
Sinopse 1: Ele e seu irmão foram criados para se tornarem astros do críquete. Até onde vale correr atrás de um sonho que não é seu?
Sinopse 2: Dois jovens prodígios do críquete lutam para realizar seus sonhos e forjar suas identidades, enfrentando um pai autoritário e um sistema que está claramente contra eles.
Ano de lançamento: 2018;