Meu Ano em Nova York (Um Ano em Nova York) é um filme que chegou ao catálogo Netflix em setembro/2021 prometendo ser um respiro mais leve no meio de longas-metragens mais pesados que tem estreado na plataforma (assista aqui).
Mesmo não sendo um original da produtora, é uma das boas estreias dessa semana.
O filme Meu Ano em Nova York brinca com a aura de escritores famosos, mas reclusos. Harper Lee, Thomas Pynchon e até Edgar Allan Poe são bastante conhecidos do público, mas o principal nome dentro desse seleto grupo de artistas anti-sociais é o de J.D. Salinger.
O escritor de “O Apanhador no Campo de Centeio” é considerado uma obra-prima, influente até hoje apesar de publicado em 1951 como romance. Seu autor quase nunca deu entrevistas, detestava aparecer e vivia apenas em sua casa, onde morreu em 2010.
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O longa metragem Meu Ano em Nova York, porém, fala sobre Salinger de forma indireta. O diretor Phillippe Falardeau adapta na verdade a história de Joanna Smith Rakoff, que relatou em biografia (leia aqui) seu tempo trabalhando para a agência literária de Nova York que representou Salinger em meados dos anos 90.
Aqui, Joanna é interpretada por Margaret Qualley como uma jovem que deixa a escola e deixa o namorado na Califórnia para tentar a vida escrevendo em Nova York.
No entanto, seus sonhos esbarram na realidade: ela consegue emprego apenas como secretária de Margaret (Sigourney Weaver). Essa mulher é a dona da agência literária que cuida das obras de Salinger, com quem praticamente ninguém tem contato além dela própria.
Assim como o autor, Margaret também é anacrônica: usa máquinas de escrever ao invés de computador, por achar que as novas máquinas “dão mais trabalho”.
Joanna, então, ganha como missão a leitura das cartas enviadas para Salinger, para se certificar de que não haja ameaça de violência, categorizá-las e respondê-las de forma adequada.
Paralelo a isso, ela tenta manter uma vida romântica com Don (Douglas Booth), um cara egoísta que está trabalhando em seu próprio romance, ao mesmo tempo em que lida com a chefe tirânica e com outros trabalhadores da agência, como Hugh e Daniel, interpretados pelos atores veteranos Bryan F O’Byrne e Colm Feore.
Não é surpresa alguma dizer que o filme Meu Ano em Nova York tem semelhanças até demais com O Diabo Veste Prada, o clássico filme estrelado por Anne Hathaway e Meryl Streep em 2007.
Isso é suplantado pelo carisma contagiante de Margaret Qualley, que é o que nos mantém interessados, apesar de não sabermos quase nada sobre suas habilidades de escrita – que no fim das contas, é o possível mote do filme.
A “imitação” que Weaver faz de Streep naquele filme também é marcante em Meu Ano em Nova York, como é praxe nos trabalhos da atriz três vezes indicada ao Oscar.
Há algum cansaço em relação à estrutura narrativa, que oscila entre a primeira e a terceira pessoa na narração, que pode incomodar um pouco.
Há também alguns comentários sobre a classe intelectual de Nova York, sempre tão satirizada, que fica no campo mais confortável, sem grandes ironias. No mais, Meu Ano em Nova York é um filme bonito, apesar de simples, sobre seguir suas aspirações e nunca desistir dos sonhos.
Título Original: My Salinger Year;
Lançamento Netflix: 15 de setembro de 2021;
Direção e roteiro: Philippe Falardeau, baseado no livro de Joanna Smith Rakoff;
Sinopse Netflix: Uma jovem aspirante a escritora é contratada como assistente por uma agência literária de Nova York e começa a responder as cartas dos fãs de um autor famoso e recluso.
Duração: 1h 41min;
País de Origem: Canada e Irlanda;
Classificação etária: 16 anos;
Gênero: Drama biográfico.
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Esse filme é muito ruim, se quisermos ver algo que toque o que poderia ser a forma de pensar de um grande escritor ou conversar e conviver com um deles, indico Encontrando Forrester. Abraço a todos.