Mudo, filme que está atualmente disponível no catálogo da Netflix, concentra sua ação em um terreno conhecido: o da ficção científica.
Há muitos anos não temos uma leva tão significativa desse gênero nos cinemas (e agora, nos streams). E tinha tudo para ser um longa arrasador por prometer trazer a estética cyberpunk de novo para o centro da conversa. Recentemente, “Blade Runner 2049” fez isso com absoluto louvor. Seria o momento de dar continuidade.
Chega a ser espantoso que Duncan Jones, que além de ser filho do grande David Bowie também mostrou ser um diretor brilhante em filmes como “Lunar”, tenha decaído tão rápido. Seu declínio no comando de filmes começou com “Warcraft”, a malfadada adaptação do jogo para o cinema. Em seguida, com Mudo, ele sela de vez o seu destino.
É tudo tão desastroso que é impossível não lamentar as horas gastas de frente para a TV – e também o declínio de alguém que tinha um futuro promissor na direção.
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Logo no começo do filme fica na cara que ele é feito com pouco orçamento para recriar as ambições gigantes da história e do diretor Jones. O filme se passa na Berlim do futuro, mais especificamente em 2055, e é revestida de luzes neon em contraste com as fachadas e ruas sujas, quase mortas.
A história em si, ou seja, o roteiro, também pouco ajuda. Desenvolvido por Jones e Michael Robert Johnson, Mudo roda sobre o mesmo assunto sem levar a lugar algum. Seu conceito simplesmente não funciona. O personagem de Alexander Skarsgård, protagonista do filme e que deveria ser o centro de toda a ação, acaba sendo amplamente desperdiçado. Isso considerando que o ator faz o que pode para salvar o filme do desastre, emprestando sua figura magnética a um personagem com o qual praticamente ninguém consegue se importar. É uma pena não conseguir atingir seu objetivo.
A tecnologia, que deveria ser o ponto nevrálgico de Mudo, acaba sendo pouquíssimo explorada. Essa é a maior frustração: ao ler a sinopse e observar as pessoas envolvidas nessa produção, a expectativa bate lá no alto. Entretanto, poucas vezes se viu tamanha falta de desenvolvimento em um enredo.
Pois Mudo não passa em qualquer análise séria sobre sua qualidade. O filme é ruim, mal dirigido, mal acabado e desperdiça o talento de dois atores sensacionais, que fazem o que podem, mas não conseguem apagar a sensação de estarmos assistindo a um fracasso em todos os termos.
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Sinopse 1: Um homem sem palavras mergulha em um mundo sem regras. E sair de lá sem sua namorada desaparecida não é uma opção.
Sinopse 2: Em um futuro próximo, um homem mudo procura por sua namorada desaparecida no impiedoso submundo de Berlim, onde atitudes valem muito mais do que palavras.
Idioma: dublado (com opções de áudio original em inglês, e legendas em português);
Duração: 2h 6min;
Classificação etária: 16 anos;
Ano de lançamento: 2018;