Nasce uma Estrela é um filme que nasce clássico, porque seus antepassados já o são. A história, criada em 1937 diretamente para o cinema, ganha agora a sua quarta versão, e já podemos considerar que é a melhor de todas.
Quem viu as três anteriores sabe que, com o passar do tempo, a história foi perdendo fôlego e se tornando datada. O grande diferencial nesse novo remake é atualizar o enredo e colocá-lo no século XXI fugindo de todos os clichês acumulados durante anos.
Mas ainda há outras surpresas. Não é só a estrela que surge aqui: há uma série de nascimentos importantes e que vão influenciar o cinema daqui para a frente.
Indice
Cooper se apossou da história criada por William A. Wellman, Robert Carson, Dorothy Parker e Alan Campbell de uma forma única. Sendo o diretor, produtor, ator principal, roteirista, cantor e co-autor das músicas, ele tem o controle total da obra, e sua visão como um todo é uma agradável surpresa até para quem curte os trabalhos anteriores do sujeito como ator.
Além disso, há Lady Gaga. Contra todas as previsões, que cravaram que ela não daria conta de interpretar um papel que já foi de Barbra Streisand, Janet Gaynor e Judy Garland, ela não só fez um trabalho digno como também engrandece o papel. É uma atuação muito natural, e que nada lembra a participação dela em “American Horror Story”, por exemplo. Sua personagem, Ally, é um poço de sonhos e idealizações, mas que se sente frustrada por nunca sair do lugar. Sua química com Bradley Cooper é excepcional e muito crível, sendo que em nenhum momento ela parece deslocada.
A história de amor entre Jackson e Ally recebeu um tratamento primoroso no roteiro, que transportou praticamente todo o enredo para os tempos atuais. Não há “barrigas” na história, que são aqueles momentos em que nada acontece. Tudo é importante, e é preciso prestar atenção aos detalhes, pois nos é dado dicas do clímax do filme durante toda a sua extensão.
Quem for bastante atento começa a desconfiar do que virá.
Por fim, a versão 2018 do filme Nasce uma Estrela comprova o surgimento de um grande diretor e de uma grande atriz. É possível apostar, desde já, que a dupla receberá alguns Oscars no próximo ano. E com justiça: o que fizeram aqui remodela os dramas musicais e terá de ser superado, em todos os termos, pelos filmes que ainda virão.
Recomendamos também os filmes Batalhas e Tribu Urbana Dance (ambos com ritmo e dança hip-hop), e The After Party.