Natal com Dolly Parton é mais um filme musical da Netflix dedicado a essa época de fim de ano, quando produções do tipo praticamente brotam do chão na plataforma (assista aqui).
Há um investimento muito grande por parte da Netflix nesses filmes de nicho, visto que são os que fazem maior sucesso junto ao público durante esses últimos meses do ano – mas sendo praticamente esquecidos quando o ano novo começa.
Neste caso, é um pouco mais difícil esquecer por conta da presença da sempre vibrante Dolly Parton. A veterana cantora e compositora norte-americana continua sendo uma máquina de fazer sucessos. Para o especial Natal com Dolly Parton, ela compôs nada menos do que 14 músicas novas em folha para serem usadas no decorrer do musical.
No que diz respeito a essa qualidade musical, o longa-metragem Netflix Natal com Dolly Parton é um prato cheio: as canções são, em sua maioria, excelentes, como boa parte da carreira de Parton comprova.
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No entanto, para quem espera um filme de Natal caloroso como bom entretenimento, infelizmente a produção vai ficar devendo. O original Natal com Dolly Parton é, enquanto história, bastante frágil na narrativa e bem ultrapassado em suas intenções. O roteiro parece ter sido escrito às pressas, como quem precisa apenas de uma desculpa para fazer aparecer os atores – e a própria Parton – em cena, sem se importar com enredo, pontos de ligação entre as três partes da narrativa ou mesmo um maior cuidado na direção de atores.
Porém, nada disso importa para quem quer ver a nova safra de músicas de Dolly Parton. Afinal, ela é o grande chamariz do longa-metragem, que em pouco mais de 90 minutos faz uma fila de canções criadas por ela e que tem grande potencial para agradar aqueles que já gostam da carreira da cantora. Para aqueles que não são familiarizados com seu estilo também há espaço para arrebanhar novos fãs, mesmo que a música de Parton possa ser considerada ultrapassada por muitos – o que é uma bobagem, evidentemente.
A história do longa Netflix Natal com Dolly Parton, como já dissemos, é bem frágil. Parton começa como uma mendiga maltrapilha que aparece em uma praça cantando sobre o significado real do Natal. A partir de então, o filme nos apresenta uma série de personagens unidimensionais, mal escritos, mas que servem apenas ao propósito de nos mostrar a visão do espírito de Natal que Parton possui.
No elenco, destaca-se a presença de Christine Baranksi, veteraníssima de outros trabalhos conhecidos do público, como “Mamma Mia!”. Ela tem o plot mais aprofundado no filme, e que é condizente com o seu talento. Aqui, ela interpreta Regina Fuller, que vendeu uma importante parte da cidade para uma empresa que pretende construir um shopping no local – e resolve avisar a todos bem antes do feriado de Natal. Baranski mostra seu talento dramático em um roteiro cheio de furos, mas principalmente seu talento como cantora.
Outros nomes orbitam em volta do personagem de Baranski: sua amiga Margeline (Jennifer Lewis), seu antigo amor Carl (Treat Williams), um jovem pastor e sua esposa (Josh Segarra e Mary Lane Haskell), o viúvo Mack e sua filha Violet (Matthew Johnson e Selah Kimbro Jones) e, por fim, a assistente de Regina, Felicity (Jeanine Mason). Entre um segmento e outro aparece Parton, que mostra todo o seu talento em momentos-chave da história.
Possivelmente, ela é a melhor coisa do filme – ou, pelo menos, a mais consistente. Ela abrilhanta os momentos em que aparece cantando suas músicas sempre espirituosas e divertidas, apesar de um tanto quanto clichês.
Natal com Dolly Parton Netflix, no fim das contas, funciona muito bem para aqueles que querem algo totalmente despretensioso e até com uma pegada mais clássica do que significa o Natal. É um filme que tem as intenções corretas, mas como produção audiovisual fica muito a desejar. Parton, como sempre, termina salvando tudo com seu carisma e talento.
Título Original: Dolly Parton’s Christmas on the Square;
Lançamento Netflix: 22 de Novembro de 2020;
Direção e roteiro: Debbie Allen, Maria S. Schlatter;
Sinopse Netflix: Às vésperas do Natal, uma mulher insensível chega à cidade para vender as terras do pai. Será que a música, a magia e as lembranças podem fazê-la mudar de ideia?
Duração: 1h38;
País de Origem: EUA;
Classificação etária: 10 anos;
Gênero: Musical Natalino.
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