O original Netflix O Bom Sam coloca em pauta aquele conceito sobre “ajudar sem esperar nada em troca” (assista aqui).
No filme, a protagonista Kate Bradley (Tiya Sircar, que também participa de The Good Place) é uma repórter que precisa cobrir uma notícia aparentemente sem importância onde uma mulher recebeu um saco de dinheiro de um bom samaritano. Até aí, tudo bem. Até que isso começa a acontecer cada vez mais, criando uma especulação em volta da pessoa misteriosa.
O filme Netflix O Bom Sam consegue, com isso, alimentar em nossas mentes a pergunta: “até que ponto uma pessoa pode ajudar sem realmente esperar nada em troca?”, ou até “será que as pessoas que ajudam realmente não esperam algo em troca?”.
É uma pergunta pertinente, visto que ajudar e ser ajudado faz parte de nossa humanidade. E existem diversos tipos diferentes de ajuda, sendo que umas são mais valiosas do que outras.
Este filme tem uma história agradável, daquelas que você assiste e se sente bem com isso. Apesar de um pouco previsível, o que vale em O Bom Sam é a jornada, feita ao lado de atrizes e atores competentes e que fazem com que o resultado final seja bem agradável de acompanhar.
Indice
Apesar dos questionamentos que possam ser feitos sobre as verdadeiras intenções de quem ajuda, uma das coisas que o filme O Bom Sam Netflix nos mostrou é como a gentileza pode gerar gentileza.
Vivemos num mundo caótico onde a sensação de constante batalha pela vida impera (mesmo que de forma figurativa). A todo momento sentimos que estamos sendo passados para trás, ou mesmo pensamos na melhor maneira de nos darmos bem num negócio. Pode parecer frio e cruel, mas faz parte da natureza humana. E quando todos agem assim, é natural que acabemos pensando “se fulano faz, também vou fazer”.
É por isso que a reciprocidade mostrada no original Netflix O Bom Sam causa um impacto em nossa forma de pensar: quando as pessoas mudam o tom e passam a doar gentilezas, uma reciprocidade mútua se forma naturalmente.
Inclusive, o filme nos mostra um prisma interessante de quebra de paradigmas: ao contrario do que dizem por aí, noticias boas também são interessantes e podem, sim, gerar audiência em um telejornal.
Este original Netflix foi baseado em um livro de mesmo nome (“Good Sam”, em inglês), escrito pela autora Dete Meserve.
A parte interessante é que a protagonista de O Bom Sam, Kate Bradley, é uma personagem recorrente em outros livros dela também. Seus romances são de cunho investigativo e, como você pode ver no filme O Bom Sam, tem um toque leve e divertido, perfeito para passar o tempo.
Infelizmente este título ainda não está disponível em Português (até o momento desta publicação), mas caso tenha interesse você pode lê-lo em inglês pela Amazon.
Caso você ainda não tenha assistido, recomendamos que veja o trailer, a ficha técnica e a crítica em vídeo abaixo.
Caso já tenha assistido e queira filosofar um pouco, role mais para baixo e veja as análises com spolers sobre O Bom Sam Netflix.
Veja abaixo uma crítica em vídeo do filme O Bom Sam feita pelo canal Cinco Tons:
Título Original: Good Sam;
Lançamento Netflix: 16 de maio de 2019;
Direção e roteiro: Kate Melville, Teena Booth e a autora do livro, Dete Meserve;
Sinopse Netflix: Uma repórter descobre o amor enquanto investiga a história de uma pessoa misteriosa que distribui sacos de dinheiro para estranhos em Nova York.
Duração: 1h 30min;
País de Origem: Estados Unidos;
Classificação etária: 12 anos;
Ano de lançamento: 2019;
Gênero: Drama, Investigativo, Romântico.
Se tem uma coisa que aprendi na vida é que a força da reciprocidade é forte demais para lutar contra ela. Tudo em relações humanas é regada a essa força incontrolável de dar e receber. Até Newton reforça esse tipo de força na física com sua 3º lei: “Para toda ação, há uma reação”. A reciprocidade é como a 3º lei de Newton, porém aplicada às pessoas.
Como foi provado cientificamente, absolutamente tudo possui campo energético a nível atômico. Então, até Deus faz parte do mundo energético: uns veem a Deus como possuidor da potência energética do universo, e outros consideram Deus a própria energia em sua totalidade. Consciência vs inconsciência. Com ou sem essa “consciência individual”, as energias tendem a fluir como uma especie de consciência “global”. Por exemplo: cada lado de nosso cérebro possui uma forma diferente de consciência, sendo o esquerdo o lado “individual”, com suas lógicas, e o direito sendo o lado “Global”, intuitivo e conectado a muitas coisas de uma vez.
Pois, então… Sabendo que tudo o que fazemos tem uma reação. Voltando à ideia do filme Netflix O Bom Sam, torna-se impossível o “fazer algo bom sem esperar NADA em troca“. Sei que a frase bate no sentido de expectativa mas, como seres pensantes de forma incontrolável, é impossível não esperar absolutamente nada.
A pessoa que dá espera (mesmo que inconscientemente) a alegria, ou felicidade, ou gratidão… Ou seja: quem dá espera algum tipo de reação daquela ação (no caso de dar dinheiro, por exemplo, pode esperar que o presenteado coloque a vida nos eixos e pare de fazer dívidas descabidas).
Ou ainda: a pessoa que fez a ação pode esperar como reação até a felicidade dela própria, e não a de quem foi contemplado. Então, ou fazemos algo por amor ou por interesse frio. Mas, mesmo com amor, ainda é esperar algo. Só que de forma positiva.
A real é que ninguém gosta de gente que faz coisas boas com interesse de manipular e obter atalhos em algum objetivo próprio. É essa premeditação e manipulação com mentiras que fez esse termo “não esperar nada em troca” ficar tão difundido.
Veja o exemplo do personagem Jack Hansen, do filme O bom Sam:
Apesar de acreditar que o bombeiro Eric Hayes tenha conseguido fazer o que todos nós apreciamos, sendo o verdadeiro “bom sam” ele esperava o bem-estar real das pessoas, e isso fazia-o feliz. Não é um esperar negativo ou manipulador. É a reciprocidade do amor. Para tudo o que fazemos com amor, esperamos em troca o amor direto ou indireto, o sentimento de ter praticado muitas vezes é o suficiente.
Já quando Jack Hansen diz “Olha, eu tinha visto a atenção da impressa como a que o cara estava recebendo, em todo lugar que eu ia as pessoas falavam do bom samaritano“, mostra claramente como o status de ser visto como heroi é tentador tanto para o Ego como para seus objetivos políticos. É uma posição tão aclamada que muita gente se arriscou a mentir para ser visto com carinho e consideração por muitos.
Por isso muita gente rica faz as coisas e quer, no minimo, esse status tão nobre. Acaba sendo também uma espécie de redenção de seus “podres”. Internamente ou externamente.
Enquanto pensarmos, infelizmente SEMPRE vamos esperar algo. Seja expectativa boa e discreta ou ruim e indiscreta. ????
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Conheça agora as atrizes e atores que compuseram o principal elenco do filme O Bom Sam Netflix: