O Fotógrafo de Mauthausen poderia ser visto como apenas mais um filme retratando os horrores da Segunda Guerra Mundial. O período, que foi de 1939 até 1945, já ganhou centenas de adaptações para os cinemas. Filmes como “A Lista de Schindler”, “O Pianista” e “O Resgate do Soldado Ryan” – para citar clássicos – falam sobre e mostram muito bem como os nazistas abriram um caminho enorme para cometer barbáries contra as minorias que eles julgavam inferiores (assista aqui).
Este filme conta a história desse homem, e como ele contribuiu para provar ao mundo a maldade das ordens de Hitler.
Indice
A história de O Fotógrafo de Mauthausen circunda a vida e os feitos de Francesc Boix, um ex-soldado e fotógrafo que acaba preso no campo de concentração de Mauthausen, localizado na Áustria. Os diretores do lugar, que precisavam mandar registros fotográficos para o comando na Alemanha, ao saber que Boix poderia ajudá-los nisso, o recrutam para fotografar tudo o que acontece no local. Portanto, o sujeito acaba testemunhando todas as barbáries cometidas contra os povos minoritários a mando do Terceiro Reich, comandado por Hitler. Entretanto, quando ele consegue a informação de que a guerra está perdida para a Alemanha, ele se encarrega de executar um plano para conseguir salvar os arquivos das fotografias que tirou, para provar ao mundo todas as atrocidades cometidas pelo exército nazista durante a guerra.
A fotografia do filme Netflix O Fotógrafo de Mauthausen também ajuda bastante na hora de nos ambientar naquele lugar: sempre em tons acinzentados, passando a sensação de tristeza e dor – que era realmente o que se tinha por ali.
O grande mérito de O Fotógrafo de Mauthausen, porém, é a escalação de Mario Casas para interpretar Francesc Boix. O ator, que emagreceu e mudou fisicamente para conseguir chegar mais próximo de um retrato fiel do biografado, carrega em sua interpretação toda a desolação de um prisioneiro que tem ciência de que seus algozes podem acabar com sua vida em um piscar de olhos e sem qualquer motivo aparente.
Ao mesmo tempo, também se ilumina com as oportunidades que surgem em seu caminho, principalmente quando descobre que a guerra, para os alemães, está perdida. Então, passa a empreender seu plano de resgatar as fotografias que poderiam provar ao mundo os horrores da guerra. Casas dá conta desse recado com grandiosidade.
Ainda bem que essa história caiu em mãos certas, que deram ao filme a grandiloquência que ele merece. O Fotógrafo de Mauthausen tem ótimas atuações, valores de produções sensacionais e um roteiro que pode levar os mais sensíveis às lágrimas. É uma boa mistura que, com cineastas e produtores menos sensíveis, poderia dar muito errado. Aqui deu certo, felizmente, e agora temos ao nosso alcance mais uma história fantástica de alguém que arriscou sua vida para mostrar a face que o horror e a falta de empatia e humanidade pode ter, escondida sob políticas supostamente protecionistas e patrióticas.
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Sinopse Netflix: Um prisioneiro catalão em um campo de concentração nazista rouba negativos de fotos das atrocidades lá cometidas. Baseado em fatos reais.
Duração: 1h 50min;
Classificação etária: 18 anos;
Ano de lançamento: 2018;