O filme Capitain Phillips é baseado no sequestro do navio Maersk Alabama que aconteceu em 2009 por piratas da Somália. O capitão Phillips, ao comando deste enorme navio cargueiro extremamente carregado, precisava passar pela garganta da África – região onde os piratas da Somália costumam atacar.
Neste filme o conceito de “bom e mau” se torna relativo quando mostra, logo no começo, a tribo de piratas e como eles são oprimidos pelos seus líderes a conseguirem dinheiro sob dura ameaça. Neste ponto dá para ter uma ideia do porquê até as almas boas e puras podem acabar se tornando violentas e audaciosas. Diante de tanta ignorância e limitação regada a pobreza extrema, como você conseguiria obter seu sustento e liberdade de outra forma? Tudo lá e violento, então arriscar algo diferente dos companheiros poderia ser alvo de ódio e linchamento.
Um diálogo aproximadamente no tempo 1:45 do filme me chamou a atenção (contém spoiler):
Pirata: Tá tudo bem, irlandês. Vai ficar tudo bom. Vou pro navio… Pego dólares… Cê vai pra casa. Tudo era pra ser fácil. Eu pego navio… resgate… ninguém se machuca.
Irlandês: você tinha $30.000 mil dólares e caminho livre para a Somália. Não foi suficiente.
Pirata: eu tenho chefes. Eles tem regras.
Irlandês: todos mundo tem chefe. Tem de haver outra opção além de ser pescador e sequestrar pessoas.
Pirata: Talvez na América, irlandês. Talvez na América.
Indice
Atenção, imagens reais de tiroteio. Se não gosta de assistir à cenas de violência, não recomendamos que dê o play.
Diferente deste navio armado até os dentes, Maersk teve o infortúnio de não ter nenhuma arma a bordo, tendo de se defender apenas com mangueiras de pressão.
O filme Capitain Phillips é muito legal de se ver por nos colocar em uma realidade que poucos sabem que ainda existe. Faz pensar sobre a máscara da violência que por detrás mora o medo e desespero por uma necessária e cruel luta pela sobrevivência. Ninguém deveria ser roubado, porém ninguém deveria ser esquecido e jogado no deserto infértil.