Rust Creek, também conhecido como Águas Que Corroem, filme de 2018 que chegou ao catálogo da Netflix nos últimos dias, surpreendeu por não demorar a figurar no Top 10 da empresa de streaming (assista aqui).
É um fato notável, já que esse trabalho nunca chegou a fazer muito barulho por aqui na época de seu lançamento.
Indice
O enredo criado por Jen McGowan, roteirista e diretora do filme Rust Creek, conta a história de Sawyer (Hermione Corfield), uma estudante ambiciosa que, um dia, recebeu uma ligação para uma grande oportunidade de emprego em Kentucky.
Ela resolve dirigir até lá, mas acaba se perdendo no meio da floresta depois que o aplicativo de GPS do seu celular a direciona errado, além de ter um mapa em papel que já caiu em desuso.
Enquanto ela tenta sair desse enrosco, Sawyer não percebe que é observada por Hollister (Micah Hauptman) e Buck (Daniel R. Hill), irmãos bandidos que estão na região para tentar encobrir um crime que cometeram.
Preocupados se ela presenciou alguma coisa que possa ser usado contra eles em uma denúncia, os irmãos resolvem atacá-la. Ela e Buck acabam esfaqueados e, ferida, ela corre para a floresta, onde sua agonia só aumenta.
Não demora para que o filme Rust Creek engrene em sua história. Com cerca de dez minutos de duração, já temos todo o enredo apresentado. Por isso, quem gosta de histórias com desenvolvimento rápido vai certamente gostar de Rust Creek, já que não perde tempo em explicações no começo da narrativa e vai desenvolvendo seus personagens quando a situação de perigo já está colocada.
No entanto, para aqueles que gostam de histórias bem amarradas que surpreendem o espectador, o filme Rust Creek pode ser uma decepção. Isso porque ele acaba se tornando previsível com o passar do tempo, principalmente depois da entrada de novos personagens como o xerife local O’Doyle (Sean O’Bryan) e seu segundo-no-comando Katz (Jeremy Glazer). Eles foram colocados no roteiro para dar certa conveniência a algumas situações que, na vida real, não aconteceriam de jeito algum.
Assim como Rust Creek também falha em permanecer realista, principalmente em seu começo, quando Sawyer está ferida na perna e consegue correr rapidamente para longe dos irmãos bandidos sem sentir o ferimento, que sangra muito. Somente depois ela se dá conta de que está com dores e trata de arrumar o machucado. É uma incoerência que nos joga para longe da “suspeição da descrença”, tão importante para um filme como Rust Creek.
Esses pontos não contam a favor de Rust Creek, mas no fim das contas, acaba sendo uma diversão interessante para quem quer apenas passar o tempo.
O sucesso do filme no catálogo da Netflix em 2021 mostra que o público está mais ligado em uma história com clima opressivo e nervoso, sempre acelerada, do que em algo que tenha mais coerência e mais fincada na realidade.
Tudo bem, é uma escolha, mas isso não faz que o filme seja realmente melhor do que ele é. É apenas um bom passatempo e nada mais, apesar do que ele se esforça para não parecer – o tempo todo nos tenta vender a ideia de que é um trabalho mais sério, mas seus erros acabam se sobressaindo a ponto de deixar de fazer sentido em determinados momentos.
Lançamento na Netflix: 14 de Julho de 2021 (originalmente, um filme de 2018);
Direção e roteiro: Jen McGowan, Julie Lipson, Stu Pollard;
Sinopse Netflix: Ao pegar um caminho errado na floresta, uma estudante universitária tem que lutar pela própria vida quando se depara com dois irmãos fora da lei e encrenqueiros.
Duração: 1h 48min;
País de Origem: Estados Unidos;
Classificação etária: 16 anos;
Gênero: Thriller de suspense.
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