Serei Amado Quando Morrer é um documentário essencial para entender quem foi Orson Welles, sua importância para o cinema e por que o seu último filme, que ele deixou inacabado, é tão importante para o Cinema moderno (inclusive, recomendamos o livro A história do cinema para quem tem pressa).
Como se sabe, a Netflix comprou os direitos desse longa que ele não chegou a finalizar, chamado “O Outro Lado do Vento”, e o finalizou – e considerando as críticas de aclamação mundial que a obra vem recebendo, é sensacional que agora possamos entender como foi a odisseia que o diretor teve que enfrentar para conseguir filmá-lo (veja o documentário aqui).
Aqui, ele entrevista os remanescentes da produção de O Outro Lado do Vento e recupera entrevistas de Welles para a TV americana, onde ele fala um pouco do trabalho que estava desenvolvendo, mas que nunca chegou a ver concluído. Torna-se, portanto, um trabalho imperdível para entender a mente do mestre.
Indice
Orson Welles é considerado um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos. E, se for observar a sua produção efetiva, ele realizou poucos filmes como diretor. Mas todos aqueles que levam a sua marca são inconfundíveis, tanto pelas histórias corajosas para a época quanto pela direção que exaustivamente procurou novas formas de linguagem cinematográfica. Seus filmes hoje são considerados clássicos por excelência, justamente por sua busca pela inovação.
Ao produzir “O Outro Lado do Vento”, Welles quis fazer o seu filme definitivo. Foi ele que praticamente inventou o gênero de “filmes alternativos”, por sempre procurar maneiras de fazer seus longas sem depender do esquema de Hollywood, que tanto detestava por sua falta de liberdade (é um dos motivos pelos quais há pessoas que tentam fugir da jornada do herói).
Com seu último trabalho, ele quis deixar um legado: uma narrativa que misturasse todos os gêneros em um único longa, indo do documentário ao drama, da comédia ao suspense sem se levantar da cadeira. No documentário Netflix Serei Amado Quando Morrer, podemos perceber a determinação em filmar da sua maneira, mantendo sua visão mesmo quando o financiamento desaparece e ele precisa desembolsar recursos do próprio bolso para custear as filmagens. Para Orson Welles, a liberdade criativa era o que havia de mais importante.
Isso fica claro com as entrevistas que compõem este documentário, de pessoas que trabalharam com Orson Welles no desenvolvimento de “O Outro Lado do Vento”. Todas elas são unânimes em dizer que o homem era genial, mas ao mesmo tempo extremamente teimoso ao querer impor seu método de trabalho, que fugia completamente da forma como se faziam filmes nos anos 70. Além disso, são recuperadas as imagens de entrevistas de Welles, onde podemos entender um pouco mais sobre sua forma de ver o cinema e como ele enxergava o próprio filme, que nunca chegou a ser exibido nos cinemas – até agora.
Portanto, o documentário Netflix Serei Amado Quando Morrer é obrigatório para todas as pessoas que gostam do cinema e de como essa arte é capaz de mudar vidas, além de contar um pouco sobre esse gênio esquecido que foi Welles.
Aliás, o título deste documentário não poderia ser mais pertinente: em uma de suas últimas entrevistas na TV, ele disse que só seria amado quando morresse. Passados mais de 30 anos desde a sua morte, mais uma vez ele se provou visionário.
Sinopse 1: Ele planejou criar uma obra de arte, mas só conseguiu produzir o caos. Conheça o set de filmagens de um gênio.
Sinopse 2: Atores, equipe e pessoas que participaram da produção discutem a criação de “O Outro Lado do Vento”, o inacabado último filme de Orson Welles.
Idioma: inglês, com legendas em português;
Ano de lançamento: 2018;