She-Ra e as Princesas do Poder atualiza uma série clássica dos anos 80, ao mesmo tempo em que renova o público e satisfaz os saudosistas (assista aqui).
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Poucas vezes a Netflix poderia acertar tantos públicos ao mesmo tempo. Há quem ainda se lembre com saudade do desenho da She-Ra, que passava nas manhãs da Rede Globo até meados dos anos 90. Era um spin-off de “He-Man e os Mestres do Universo”, outro estrondoso sucesso no Brasil, mas He-Man era voltado para o público masculino. She-Ra veio para ser a heroína das garotas – e também render muito dinheiro com produtos licenciados.
Entretanto, em pleno 2018 e com a nova tendência de resgatar ícones do passado, She-Ra e as Princesas do Poder chega com a missão de revigorar essa lendária personagem que fez a cabeça de muita gente no passado.
Felizmente, a missão é bem cumprida.
Indice
Um dos temas abordados nesta primeira temporada de She-Ra e as Princesas do Poder é o empoderamento, tanto feminino quanto LGBT. A soldado Adora, que acaba encontrando a espada que dá a ela a chance de se tornar She-Ra, é uma personagem comum, que normalmente estaria relegada ao papel que a sociedade daria a ela: sem qualquer importância ou relevância, ela estaria condenada a ficar sempre atrás frente aos soldados homens.
Além disso, há um viés claramente LGBT na história de She-Ra e as Princesas do Poder, e isso foi reforçado pela sua produtora, Noelle Stevenson. Em várias entrevistas ela afirmou que não esconderia esses temas, apesar de ser uma produção voltada para as crianças atuais. E nisso a produção acerta em cheio: não há panfletagem desses temas, escancarando-os como se fosse uma série cujo tema principal é a militância (algo como Super Drags, uma série para maiores). O tratamento é totalmente natural, sem apelos e exageros, tal qual é feito em outro grande sucesso de público e crítica, “Steven Universe”. Dessa forma, She-Ra e as Princesas do Poder consegue ser uma animação engajada ao mesmo tempo em que não deixa de lado a diversão.
Sim, pois She-Ra enfrenta vários inimigos em seus episódios, que possuem grande catarse emocional. Além disso, ela precisa também enfrentar um dilema moral, pois sua melhor amiga acaba indo para o lado do Mal. Evidentemente, isso traz dores de cabeça para ela, ao mesmo tempo em que a heroína precisa achar uma forma de trazer a sua amiga de volta para o lado do Bem. É claro que essa storyline encanta as crianças – por outro lado, também sensibiliza os adultos.
She-Ra e as Princesas do Poder é uma animação competente e carismática, que causa grande impacto em quem assiste. Os traços pouco lembram o trabalho feito nos anos 80 – são mais suaves e modernos. Em compensação, o roteiro capricha na homenagem, e da mesma forma que não perde a essência da personagem tão conhecida, também faz uma atualização permanente, trazendo-a para os dias atuais.
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Sinopse 1: Uma nova heroina descobre seu destino e, com a ajuda de seus amigos, vai lutar para recuperar a harmonia no mundo.
Sinopse 2: A soldado Adora encontra uma espada mágica – e sua identidade como a heroína She-Ra. Ela se junta à Rebelião, mas sua melhor amiga fica do lado da Horda do Mal.
Idioma: dublado (com opção de idioma original em inglês, e legendas em português);
Ano de lançamento: 2018;