A história de Shirkers – O Filme Roubado começa muito antes da estreia na Netflix (que você pode assistir aqui). Se inicia em 1992, quando um grupo de pessoas sonhadoras resolveram fazer um filme em Singapura. Era uma produção experimental, um road movie típico de quem está começando a carreira no cinema. Tudo parecia se desenrolar muito bem, até que o filme, depois de finalizadas as filmagens, foi roubado pelo seu diretor, produtor e principal financiador.
Shirkers – O Filme Roubado é uma das principais estreias deste mês no catálogo da Netflix porque faz com que a gente acredite que um documentário aparentemente inofensivo ganhe contornos de mistério e tensão.
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Sandi Tam, a roteirista, produtora e atriz principal do filme de 1992, nunca deixou de pensar no que foi que aconteceu com sua obra desaparecida. Naquela época, ela e suas amigas Sophie e Jasmine tiveram todo o trabalho de produção desse pequeno curta, e tinham o sonho de finalmente ingressar em uma carreira artística. Para isso, contaram com a ajuda de um americano misterioso chamado Georges Cardona, que se tornou o mentor do grupo, principal financiador e, por fim, diretor do filme. Foi ele que desapareceu junto com as filmagens, quando elas acabaram, frustrando todos os envolvidos.
A história de Shirkers era amadora, uma óbvia tentativa de iniciantes de parecer inteligente e “cult”. A saga do filme perdido e de como sua criadora lida com isso é muito mais interessante.
Não é à toa que o filme ganhou o prêmio de Melhor Direção de documentários no prestigiado festival de Cannes. A trilha sonora é muito bem feita e a edição é ágil, misturando cenas do passado a entrevistas com todos os envolvidos, além de intercalar as cenas da busca de Sandi Tam ao seu tão amado filme inicial.
Ainda jovem ela havia desistido da área do cinema e ingressado na literatura. Porém, a descoberta dos rolos em 16mm de Shirkers mudou alguma coisa em sua mente.
Uma das grandes linhas narrativas de Shirkers – O Filme Roubado é a busca pelo misterioso Georges Cardona, um homem cujo passado era um completo mistério em 1992. Ninguém sabia nem a sua idade. É um personagem verdadeiramente intrigante e que desperta a curiosidade no espectador, para saber por que ele fugiu com o filme de Tam e por que ele reapareceu nos Estados Unidos depois de mais de 20 anos. Nós, enquanto espectadores, acompanhamos o movimento de Tam para resgatar a obra e entender tudo isso, e nesse sentido somos cúmplices: vamos entendendo o que aconteceu junto com ela.
No fim das contas, Shirkers – O Filme Roubado é um documentário sobre sonhos roubados, e como a vida traça metas diferentes quando nos desestimulam em continuar em algo. Todavia, sempre mantemos guardados em nossa alma os nossos desejos antigos, que estão sempre à espreita, esperando uma oportunidade de vir à tona.
Para mais documentários interessantes, recomendamos Derren Brown: Sacrifice, Feministas: O Que Elas Estavam Pensando? e Zion Clark.
Sinopse 1: Estranho e belo. Um candidato a clássico filmado por garotas inspiradas. Um sonho roubado por alguém em quem confiavam.
Sinopse 2: Em 1992, Sandi Tan e suas amigas fizeram um filme inusitado nas ruas de Singapura. Mas o filme desapareceu, e ela saiu em busca de respostas.
Idioma: inglês, com legendas em português;
Ano de lançamento: 2018;