Solo, filme espanhol que chega ao catálogo da Netflix nesta semana, traz uma história absolutamente humana e que nos aproxima de seu personagem principal. Até porque, ele está na tela quase o tempo inteiro: o filme é centrado nele, em sua vida, seus problemas e na situação de sobrevivência pela qual passa. O longa é baseado em uma história real, que aconteceu em 2014, e isso só aumenta nossa angústia enquanto espectadores (assista aqui).
A junção dessa análise psicológica com o drama de sobrevivência dá a esse filme uma relevância ímpar.
Solo conta a fantástica história de Álvaro Vizcaíno, um surfista que vai até uma parte isolada das Ilhas Canárias para pegar uma onda e, ao atravessar a pé as dunas que ficam à beira de um penhasco, escorrega e cai. Na queda, ele fratura a bacia, o que o impede de andar. Não seria um grande problema se não fosse a falta de sinal no celular para pedir ajuda e a maré, que sobe e o puxa em direção ao mar.
Enquanto tenta sobreviver, Álvaro repensa várias atitudes que tomou em sua vida, como se afastar emocionalmente da família, não dar brecha para que outras pessoas entrem em seu cotidiano, entre outras lamentações que, nesse momento crucial, voltam à sua mente. Ele precisa dar um jeito de se manter vivo e a salvo, para quem sabe, tentar consertar esses erros.
É também de se destacar o grande trabalho de direção de Hugo Stuven. Ele, que está apenas em seu segundo trabalho comandando um longa metragem, nos dá imagens impressionantes, principalmente no momento da queda que Álvaro sofre da beira do penhasco. Não há como não ficar aflito com todas as situações que ele precisa enfrentar, e essa sensação é potencializada por uma direção que aposta no sentimento de claustrofobia do espectador. Para isso, também teve uma belíssima ajuda do diretor de fotografia, Ángel Iguácel. A paisagem é maravilhosa, mas a partir do momento do acidente, se torna opressora e selvagem.
Se este original Netflix Solo tem algum defeito, seria o exagero do melodrama em seu roteiro. Não contente em ser um filme de sobrevivência, o longa também quer analisar psicologicamente o passado de Álvaro. O personagem é um sujeito praticamente frio, que não quer muito contato com as pessoas, autossuficiente. Durante sua provação no mar, ele passa a reconhecer seus erros e, em sua cabeça, procura modificá-los.
A despeito disso, Solo é um filme intrigante, realizado com competência e que carrega, na atuação de Alain Hernándes, o seu maior trunfo. Prepare-se para ficar colado na cadeira, roendo as unhas, inquieto. Esse filme é para elevar as emoções ao máximo.
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Sinopse 1: Aos poucos, ele vai se afogando em memórias de relações fracassadas, egoísmos do passado e desculpas não pedidas.
Sinopse 2: Numa área remota das Ilhas Canárias, um surfista cai de um penhasco. Lutando pela sobrevivência, ele reflete sobre a vida e o amor do passado. Baseado em fatos reais.
Duração: 1h 30min;
Classificação etária: 12 anos;
Ano de lançamento: 2018;
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