Se houve uma coisa que The Cloverfield Paradox teve foi ação de marketing inovadora.
Para quem não se recorda, o longa Netflix foi disponibilizado, na íntegra, depois de um anúncio no Super Bowl – o evento mais assistido dos Estados Unidos. Em pouquíssimo tempo, a continuação do clássico de 2008 virou o assunto mais comentado do momento. Todos estavam perplexos com a liberação repentina, e também curiosos para assistir ao longa.
Naquele mesmo dia, todos descobriram que era melhor não ter visto nada. Infelizmente, The Cloverfield Paradox não faz jus a nenhum dos dois filmes anteriores da cinessérie (assista ao filme Netflix aqui).
Vamos explicar o por quê.
Indice
A impressão que se passa quando assistimos The Cloverfield Paradox é de um filme feito às pressas, “nas coxas” mesmo, e lançado de qualquer jeito.
É pena que tenha sido para um produto tão ruim…
A história da produção se passa no espaço. Serviria, supostamente, para mostrar as origens do monstro que aterrorizou Nova York em Cloverfield Monstro e Rua Cloverfield, 10 (estes sim, filmes de qualidade incontestável).
Acontece que o roteiro deste longa foi escrito de forma avulsa, sem qualquer ligação com o universo Cloverfield, e foi inserido dentro desse meio pelo produtor J. J. Abrams. O que poderia ser uma ficção científica sobre outras dimensões acabou se tornando uma espécie de prólogo dessa cinessérie.
Isso porque tudo parece muito confuso, forçando uma conexão com o universo Cloverfield de uma forma desnecessária. Para quem assiste, fica muito claro que este filme é um emendo, uma espécie de “puxadinho” da história original – no final das contas, parece que existem duas histórias rolando dentro do mesmo filme. Isso é que causa a confusão, pois é difícil acompanhar todos os pontos de vista que são mostrados. É fácil se perder.
Com tudo isso, você já deve ter notado que The Cloverfield Paradox infelizmente não é bom.
Mesmo que seja interessante assisti-lo apenas para se situar dentro do conjunto de histórias sobre o monstro misterioso em Nova York, não vai passar disso: pura e simples curiosidade. A história é preguiçosa demais para se alongar em explicações realmente convincentes, usando apenas uma fenda no espaço-tempo para explicar basicamente tudo.
Cloverfield merecia mais.
As atuações estão até que ok, em especial a de Daniel Bruhl, invocando um sujeito misterioso e de quem, inicialmente, não confiamos. Ele dá, na primeira metade do filme, uma interpretação dúbia, onde não sabemos se ele é o mocinho ou o bandido da história.
Entretanto, na segunda metade ele se entrega à caricatura e acompanha o roteiro, que é clichê até em suas falas. Não é culpa do ator, é claro – com uma história sem pé nem cabeça como essa, não dá para fazer milagre.
Enfim, The Cloverfield Paradox é uma decepção como cinema e como expectativa. Quem é fã da cinessérie provavelmente vai se decepcionar por um longa dessa qualidade estar dentro de um universo tão rico e complexo; e quem não conhece nada sobre ela vai se decepcionar por ser um filme mal dirigido, mal escrito e que tem em suas atuações o único ponto relevante. Ou seja: quase nada se salva.
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Sinopse 1: Quando uma missão entra em caos, ela precisa sacrificar tudo pelo mundo que ficou para trás.
Sinopse 2: Em órbita sobre um planeta prestes a entrar em guerra, cientistas testam uma possível solução para a crise de energia, mas acabam em uma realidade alternativa.
Idioma: dublado (com opção de áudio original em inglês, com legendas em português);
Duração: 1h 42min;
Classificação etária: 16 anos;
Ano de lançamento: 2018;