Um Clássico Filme de Terror Netflix: aspectos do longa (2021)

A Netflix anunciou com algum barulho o lançamento de seu mais novo filme de terror, chamado justamente de Um Clássico Filme de Terror (assista aqui).

O nome não é à toa: ele pega emprestado vários elementos de clássicos antigos, como “O Massacre da Serra Elétrica” ou “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio”, ou os mais novos, como “Midsommar”.

Sobre a história de Um Clássico Filme de Terror Netflix

O filme italiano dirigido por Roberto de Feo e Paolo Strippoli acompanha a história de cinco desconhecidos que viajam em um mesmo motorhome, já que todos eles estão indo para o mesmo lugar.

De repente, eles encontram uma carcaça de animal no meio da pista e acabam sofrendo um acidente. Quando acordam, estão literalmente no meio do nada, já que a estrada onde viajavam simplesmente desapareceu.

À frente deles, há apenas uma casa de aparência estranha e uma densa floresta. Acontece que, ao chegar perto da casa, eles começam a descobrir que não é um lugar qualquer, mas sim um ponto de encontro de um culto sombrio.

O longa metragem Netflix Um Clássico Filme de Terror apresenta esse enredo para a gente, mas não explica nada logo de cara: como chegaram lá? O que aconteceu com a estrada? Quem são os mascarados que são mostrados nas pinturas da casa?

É partindo dessa premissa que Um Clássico Filme de Terror desenvolve sua narrativa. Em uma hora e meia de filme, uma montanha-russa de situações é capaz de deixar quem assiste completamente desnorteado. Mas antes de falar sobre esses aspectos, é preciso notar alguns outros.

Aspectos de Um Clássico Filme de Terror Netflix

O primeiro deles é o uso dos estereótipos dos filmes de terror: dentro do motorhome temos, por exemplo, o arrogante que só quer chegar logo ao destino, ou o nerd que conhece tudo sobre filmes de terror e vira uma espécie de líder do grupo, essas coisas.

Tudo isso coloca o espectador em um lugar de certa forma confortável, pois a gente meio que imagina como essas pessoas vão reagir e o que pode acontecer com elas no decorrer da história.

É um repeteco dos filmes de terror que já conhecemos, até mesmo no uso da violência gráfica, quase um torture porn.

Acontece que Um Clássico Filme de Terror é muito mais do que ele parece em sua primeira metade. Conforme a história avança, percebemos que esse não é um filme de terror como qualquer outro, e como o título do filme quer tentar nos convencer.

A chave da coisa está no começo de sua terceira parte, quando o filme já se encaminha para seu final. Os mistérios começam a ser revelados e surpreendem a gente. Esse é o tipo de filme que praticamente nos obriga a assistir de novo, para tentar perceber onde estavam as dicas sobre esse final que não notamos antes.

Um Clássico Filme de Terror tem alguns ganchos narrativos e cenas que são mesmo de impacto. Para quem gosta do gênero, é um prato cheio: mesmo que alguns dos personagens sejam um tanto quanto previsíveis, a espinha dorsal da história a gente não consegue perceber até quase o final. E essa é a grande graça de Um Clássico Filme de Terror. Quando um filme consegue surpreender assim, é para comemorar mesmo.

Além disso, a técnica da produção de Um Clássico Filme de Terror também precisa ser comentada. Há jump scares (que são quase obrigatórios hoje em dia), mas o mais legal aqui é que ele consegue manter quem assiste tenso somente com a criação de uma atmosfera opressiva.

O terror vem aos poucos, dos silêncios e do esperto uso da música em determinadas cenas. Quando a violência finalmente explode, isso acontece de uma forma totalmente orgânica no enredo.

E por falar em uso da música: as canções infantis, nas vozes de crianças, encaixam perfeitamente no filme, assim como visto no trailer. A cena com “A Casa”, música do Vinícius de Moraes em sua versão italiana, é de arrepiar qualquer um.

O principal elogio tem que ser feito para a fotografia do filme, que ficou a cargo de Emanuele Pasquet, que sabe iluminar e mover a câmera durante os momentos mais complicados do filme. Diferentemente de outros longas do tipo, Um Clássico Filme de Terror tem movimentos elegantes e que realmente remetem aos clássicos do gênero.

O grupo de atores consegue acertar o tom, atingindo o naturalismo em suas interpretações. É possível elogiar a todos, mas também se pode destacar o trabalho de Matilda Anna Ingrid Lutz no papel de Elisa. Ela sabe carregar o peso do filme, e nos momentos mais catárticos brilha bastante. Francesco Russo é outro que consegue destaque como Fabrizio.

Por fim, o filme de Roberto De Feo e Paolo Strippoli também pode servir para algumas reflexões, como uma crítica à produção cinematográfica da Itália e a dificuldade de fazer filmes em um país guiado pela comédia, assim como acontece no Brasil, por exemplo, onde os filmes de terror que conseguem chegar ao grande público são bem raros, apesar das coisas terem começado a mudar de uns tempos para cá.

No fim das contas, Um Clássico Filme de Terror Netflix é uma produção que usa as trucagens típicas do gênero para impressionar quem assiste, além de conseguir alcançar alguma originalidade em seu roteiro que não apenas serve para assustar, mas também para causar reflexão.

Sinopse e Ficha Técnica de Um Clássico Filme de Terror Netflix

Título Original: A Classic Horror Story;

Lançamento Netflix: 14 de Julho de 2021;

Direção e roteiro: Lucio Besana, Roberto De Feo, Paolo Strippoli, Milo Tissone, David Bellini;

Sinopse: Neste suspense arrepiante, um grupo que viaja pela Itália fica preso na floresta, e parece que não vai ser tão fácil escapar… com vida.

Duração: 1h 35min;

País de Origem: Itália;

Classificação etária: 16 anos;

Gênero: Terror, Suspense.

Você também poderá se interessar por X-Ray (minissérie de suspense), Audible (documentário sobre atletas surdos), O Guia da Família Perfeita (comédia dramática), Beleza Avassaladora (romance policial), A Oitava Noite (terror sobrenatural) e Rua do Medo 1994 (filme de terror).

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Luiz Henrique Oliveira

Nascido em 1986, editor-chefe no Cenapop, colunista no Interprete.Me, redator no UOL e youtuber no Cinco Tons.