E não é raro vermos por aí grupos de pessoas falando sobre os novos lançamentos, onde cada um acrescenta observações sobre “como tal jogo tem ótimos gráficos”. É claro que este não é o único assunto na roda de amigos gamers, mas é muito frequente – até eu me incluo nessa.
Mas muitas vezes parece que é apenas isso que importa num jogo.
– Mas e a história, como é? E a jogabilidade?
– Dane-se! Os gráficos são perfeitos!
E tem uma variante:
– Nossa, amei tanto este jogo!
– Como pode gostar disso? Olha esses gráficos podres!
Esta cena soa familiar? Bem comum, não acha?
Todos nós ficamos empolgados com o Game Boy Color, pois finalmente poderíamos jogar num portátil a cores! E por aí vai, o deslumbramento numa evolução que acompanha os próprios games em si.
Mas não é só porque estamos em pleno “século-dos-gráficos” que deixamos de ver jogos fazendo sucesso com alguns pixels e texturas bem abaixo do padrão. Minecraft e Tíbia estão aí para provar.
Pokémon vêm se aprimorando cada vez mais, mas, apesar da visível evolução, não é como se tivéssemos num cenário à lá Far Cry procurando os monstrinhos (seria incrível, mas particularmente amo pixel-art).
Mas será que não estamos “julgando o jogo pelo gráfico”?
Sim, pois um jogo não é feito apenas de gráficos. Além do enredo, o ele deve ter uma mecânica empolgante, algo que te desafie e o faça querer ir para a próxima fase.
Por mais que seja fantástico ver um cenário super detalhado (a ponto de ver os poros do personagem) não somos bobos, e sabemos quando estamos sendo enganados. Trata-se daquele jogo lindo que parece que não vai para frente… Ou que não te dá um desafio interessante, não te “puxa” para ele. É que às vezes aquele gráfico fantástico é a única coisa que o jogo tem de bom. E mais nada.
Vemos muito disso em jogos baseados em filmes (não generalizando, mas muitos tem tanto conteúdo quanto um balão de festa). Eles colocam cut-scenes eletrizantes, trilhas sonoras fantásticas, personagens bem construídos… E o jogo quase se joga sozinho.
Se for assim, prefiro ir ao cinema.
Queremos jogos que façam com que possamos usar aquela sagacidade especial que é intrínseca a todo gamer. Jogos que proporcionem aquele momento em que você finalmente descobre o enigma e fica tão feliz a ponto de querer estourar um champagne (já saí pulando pela casa gritando “descobriiiii”).
É DISSO que um bom jogo é feito.
Amamos a cereja, mas por favor, me veja um bolo caprichado de chocolate. 🙂
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Levo muito em consideração o enredo do jogo ou a proposta dada por ele. Curto gráficos maneiros, mas concordo em relação a eles não serem tudo.
O grafico é apenas um dos requisitos.