Produções como o documentário Netflix Wild Wild Country aparecem de vez em quando para jogar mais luz em determinadas situações que, por muito tempo, ficaram escondidas sob as sombras (assista aqui).
O caso do popular guru indiano Osho, que movimentou os Estados Unidos no começo dos anos 80, acabou caindo no esquecimento sem maiores explicações. Essa série documental, dividida em seis partes, finalmente mostra tudo o que aconteceu naquela época com o necessário distanciamento histórico, e o que vemos não é nada menos do que chocante.
Indice
Wild Wild Country começa contextualizando o espectador a respeito de quem foi Rajneesh Chandra Mohan Jain, mais tarde conhecido pelo nome Osho, que até hoje faz sucesso em livrarias e palestras sobre sua filosofia e estilo de vida. Quem hoje passa pelos estandes recheados de livros do homem nem imagina que ele foi responsável por uma série de problemas legais que fez com que ele fosse deportado dos Estados Unidos no meio dos anos 80.
Ao fundar uma comunidade para seus seguidores, ele deu início a uma auto-proclamada revolução do qual, é claro, ele seria líder.
As entrevistas com Sheela e com remanescentes de Antelope, que remontam os turbulentos anos de convivência entre eles, só mostra o quanto a loucura de Osho em suas pirações a respeito do amor livre, da sociedade perfeita e, depois, de um pretenso apocalipse fizeram o inferno na vida de todos, sejam seguidores ou detratores.
Os métodos usados pela comunidade do guru variam entre moralmente questionáveis a realmente criminosos. Só para citar um exemplo, Sheela mandou envenenar uma cidade inteira por conta da discórdia entre seus moradores e os adoradores de Osho. E daí, tudo fica pior. Wild Wild Country demonstra como a criatividade de um homem pode se tornar um veneno para a alma.
O trabalho dos irmãos Duprass em recriar passo a passo a saga de Osho, Sheela e seus seguidores desde a saída da Índia, no fim dos anos 70, até a enorme confusão que culminou com a expulsão do guru dos Estados Unidos alguns anos depois, chega a ser melhor do que qualquer série de ficção.
Além do mais, esse trabalho mostra como é perigoso seguir cegamente uma religião, sem questionar seus dogmas ou líderes. Serve como um lembrete de como as pessoas carismáticas e com um discurso bonito acabam se tornando verdadeiros déspotas ao perceberem que possuem o povo na palma da mão. E foi isso o que aconteceu com Osho, e que até hoje continua acontecendo com diversos líderes semelhantes.
Wild Wild Country é uma dolorosa lembrança de que o povo, quando tem uma fé cega e irracional, não aprende nada.
Você também pode se interessar pelos documentários Medalha de Honra, ReMastered: Nixon e o Homem de Preto, Terrorismo – Atentados Frustrados, Duas Catalunhas, Cartas de Dunblane e Roe x Wade: Direitos das Mulheres nos EUA.
Sinopse 1: Amor livre, intrigas mortais e a maior coleção de Rolls-Royces do mundo. Conheça os novos vizinhos nessa história real.
Sinopse 2: Quando um polêmico líder de seita constrói uma cidade utópica no deserto de Oregon, o conflito com os moradores vira um escândalo nacional.
Total de episódios (na data deste post): 1 temporada com 6 episódios de aproximadamente 1 hora cada;
Classificação etária: 16 anos;
Ano de lançamento: 2018;